A biodiversidade e a governança verde no Brasil: soluções inovadoras na gestão dos recursos para a conservação e equidade1,2

Autores

  • Valéria Vinha Professora Associada, Instituto da Economia, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisadora do Instituto Nacional para Ciência e Tecnologia em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT-PPED).
  • Peter May Professor Associado, Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ). Pesquisador do Instituto Nacional para Ciência e Tecnologia em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT-PPED).

Palavras-chave:

Economia verde, Biodiversidade, Política fiscal, Inovação, Equidade, Amazônia, Mata atlântica

Resumo

O Brasil é geralmente considerado como ator soberano essencial para envolver nos esforços de atingir os objetivos globais de conservação da biodiversidade, mesmo se for unicamente devido à proporção da biodiversidade terrestre que cabe dentro das suas fronteiras, em grande medida divido à hospedagem da área mais extensa de florestal tropical no mundo. Tal importância leva, inevitavelmente, ao surgimento de certa mitologia sobre a proteção da biodiversidade  no Brasil, com respeito ao volume insuficiente dos recursos alocados e a necessidade de ações governamentais mais eficazes dedicadas a tais objetivos no país. Este trabalho busca expor alguns destes mitos e relacioná-los às falhas de políticas públicas que impedem o alcance de uma “governança verde”. Tais falhas incluem, entre exemplos discutidos, a falta de destinar receitas existentes para este propósito, assim como o desempenho fraco na utilização de incentivos pelo setor agropecuário para alavancar investimentos complementares na gestão do uso do solo por atores privados.

Biografia do Autor

Valéria Vinha, Professora Associada, Instituto da Economia, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisadora do Instituto Nacional para Ciência e Tecnologia em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT-PPED).

Professora Associada, Instituto da Economia, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisadora do Instituto Nacional para Ciência e Tecnologia em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT-PPED).

Peter May, Professor Associado, Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ). Pesquisador do Instituto Nacional para Ciência e Tecnologia em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT-PPED).

Professor Associado, Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ). Pesquisador do Instituto Nacional para Ciência e Tecnologia em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT-PPED).

Referências

CDB, 2010. Strategic Plan for Biodiversity 2011–2020 and the Aichi Targets: Living in Harmony with Nature. Montreal: Secretariat of the UN Convention on Biological Diversity. Available: http:// www.cbd.int/doc/strategic-plan/2011-2020/Aichi-Targets-EN.pdf

CONABIO, 2006.Metas nacionais para biodiversidade para 2010. Brasília: Conselho Nacional de Biodiversidade.

CONABIO, 2013.Metas nacionais para biodiversidade para 2020. Brasília: Conselho Nacional de Biodiversidade.

GELUDA, L. 2010. Sustentabilidade financeira das unidades de conservação amazônicas: cenário atual e perspectivas das fontes de financiamento. Tese de Mestrado, Programa de Pós- graduação nas Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade – CPDA/UFRRJ.

HANSEN, M.C.,2013 High-resolution global maps of 21st-Century forest cover change. Science

: 850-853.

HOUGHTON, R. 2005.Aboveground forest biomass and the global carbon balance. Global Change Biology 11:945-958.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.2004. Mapa dos biomas do Brasil. Rio de Janeiro: FIBGE.

INPE. vários anos. PRODES data on annual deforestation in Legal Amazon. Available: http://www. obt.inpe.br/prodes/prodes_1988_2013.htm

ISA. Instituto Socioambiental .2013. A política agrícola como vetor para a conservação ambiental. Brasília. Disponível: http://www.socioambiental.org/pt-br/o-isa/publicacoes/a-politica-agricola- como-vetor-para-a-conservacao-ambiental

KAECHELE, K.; MAY, P.H.; PRIMMER, E.; LUDWIG, G, 2012. Forest certification: a voluntary instrument for environmental governance. In: BANDYOPADHYAY, J.; CHOPRA, K.; GHOSH, N. (Eds.) Environmental governance: Approaches, imperatives and methods. Mumbai: Bloomsbury, p. 281-300.

KUMAR, P. (Ed.), 2010. The economics of ecosystems and biodiversity; Ecological and economic foundations. London: Earthscan/UNEP.

MARTINS, H., VEDOVETO, M., ARAÚJO, E., BARRETO, P., BAIMA, S., SOUZA Jr., C.,

VERÍSSIMO, A., 2012. Áreas Protegidas Críticas na Amazônia Legal. Belém: Imazon.

MAY, P.H., AANDRADE, J., ASSAD, P., GEBARA, M.F., KAECHELE, K., VIVAN, J.L., 2012.

Assessment of the role of economic and regulatory instruments in the conservation policymix for the Brazilian Amazon – a coarse grain study. Policymix Project Report. Available at: http:// policymix.nina.no.

MAY, P.H., GEBARA, M.F., LIMA, G., JORDÃO, C., NOGUEIRA, P., GRIEG-GRAN, M., 2013a.The

effectiveness and fairness of the “Ecological ICMS” as a fiscal transfer for biodiversity conservation. A tale of two municipalities in Mato Grosso, Brazil. Paper presented at ESEE Conference, Lille, France, June 2013.

MAY, P.H., VINHA, V., CALDASSO, L., TAKASHASHI, N. 2013b. Portfólio de Instrumentos Econômicos e Financeiros para a Sustentabilidade Rural do Projeto Água Brasil. Estudos de Caso do Paraná, Espírito Santo e Ceará. WWF-Brasil. Mimeo.

MMA.Ministério do Meio Ambiente ,2011. Quarto relatório nacional para a Convenção sobre Biodiversidade Biológica. Brasília: Ministério do Meio Ambiente.

MURADIAN, R., CORBERA, E., PASCUAL, U., KOSOY, N., MAY, P.H., 2010. Reconciling

theory and practice: An alternative conceptual framework for understanding payments for environmental services? Ecological Economics. 69: 1202-1208.

MYERS, N., 2003. Biodiversity hotspots revisited. BioScience 53: 916-17.

OSTROM, E., 1990. Governing the commons; the evolution of institutions for collective action. Cambridge: Cambridge University Press, UK.

PHALAN, B., ONIAL, M., BALMFORD, A., GREEN, R.E., 2011. Reconciling food production and biodiversity conservation: land sharing and land sparing compared. Science 333: 1289-1291.

PEREIRA, D., SANTOS, D., VEDODETO, M., GUIMARÃES, J., VERÍSSIMO, A., 2010. Fatos

florestais da Amazônia 2010. Belém: Imazon.

RING, I., SCHRÖTER-SCHLAACK, C., BARTON, D.N., SANTOS, R., MAY, P.H., 2011.

Recommendations for assessing instruments in policy mixes for biodiversity and ecosystem governance. Policymix Technical Brief. Issue No. 5. Available at: http://policymix.nina.no.

SANTOS, R., ANTUNES, P., CLEMENTE, P. and RIBAS, T., 2012. Assessment of the role of economic instrumentsin the Portuguese conservation policymix – a national coarse grain analysis. POLICYMIX Report Issue No 6.

SAYER, J., SUNDERLAND, T., GHAZOUL, J., PFUND, J-L., SHEIL, D., MEIJAARD, E., VENTER, M., BOERDHIHARTONO, A. K., DAY, M., GARCIA, C., VAN OOSTEN, C. and BUCK, L. E., 2013.

Ten principles for a landscape approach to reconciling agriculture, conservation, and other competing land uses. PNAS 110.

SEMA-MT. Secretaria Estadual do Meio Ambiente, 2011. Querência sai da lista dos municípios com maior desmatamento e Alta Floresta pode ser o próximo. Disponível: http://www.sema.mt.gov.br/ index.php?option=com_content&view=article&id=717:querencia-sai-da-lista-dos-municipios- com-maior-desmatamento-e-alta-floresta-pode-ser-o-proximo&catid=162:desmatament- o&Itemid=180

SOARES-FILHO, B., 2013. Impacto da revisão do Código Florestal: como viabilizar o grande desafio adiante? Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência. 28p. Disponível em: http:// www.sae.gov.br/site/?p=15735.

SOS Mata Atlântica/INPE, 2013. Atlas de remanescentes florestais da Mata Atlântica; 2011-2012. Disponível: http://www.sosma.org.br/14622/divulgados-novos-dados-sobre-a-situacao-da- mata-atlantica/

VIVAN, J.L., DAVENPORT, R., MAY, P.H., NUNES, P.C., PRINS, C., 2014. Integrated Conservation

and Development Projects in the Amazon: an interdisciplinary evaluation with lessons for forest frontiers. Policy in Focus, No. 29. Brasília: UNDP International Policy Centre for Inclusive Growth.

YOUNG, C. E. F., ROCHA, E. R. P., BAKKER, L. and SANTORO, A. F. How green is my budget?

Public environmental expenditures in Brazil (2002-2010). In: Proceedings, XII Biennial Conference of the International Society for Ecological Economics (ISEE), Rio de Janeiro, 2012.

Downloads

Publicado

2020-02-09

Edição

Seção

Artigos