O novo marco legal de ciência, tecnologia e inovação no brasil: desafios para a universidade

Autores

  • Ana Maria Nunes Gimenez Doutora em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (DPCT/IG/UNICAMP). Pós-doutoranda no DPCT/IG/UNICAMP; bolsista CAPES/BRAIL pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento - INCT/PPED.
  • Maria Beatriz Machado Bonacelli Doutora em Ciências Econômicas pela Université des Sciences Sociales de Toulouse, França. Professora Livre-docente do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas (DPCT/IG/UNICAMP).
  • Martha Delpino Bambini Doutoranda no Departamento de Política Científica e Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas (DPCT/IG/UNICAMP). Analista de Transferência de Tecnologia na Embrapa Informática Agropecuária, em Campinas/SP.

Palavras-chave:

Marco Regulatório, Universidades, Sistemas de Inovação, Transferência de Tecnologia

Resumo

Este artigo visa promover uma reflexão a partir da evolução da legislação relacionada à Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) no Brasil, com foco especial no novo Marco Legal de CT&I (MLCTI) e na atuação das Universidades no Sistema Nacional de Inovação. Desde o final dos anos 1990, imprimiu-se no país um conjunto de leis de suporte às ações de C&T, reforçadas, posteriormente, por arcabouços legais que visaram fortemente o estímulo à realização de atividades de Pesquisa e Desenvolvimento e de Inovação. Com uma concepção mais clara do papel das empresas nesse processo, mas também da própria concepção de Sistema de Inovação, a relação Universidade-Empresa fica ainda mais relevante em países cuja atividade de P&D se encontra fortemente atrelada às universidades, como é o caso do Brasil. Os resultados deste contexto no país indicam que, mesmo em face dos vetos presidenciais que reduziram a amplitude do novo MLCTI, este constitui uma iniciativa de relevância para o aperfeiçoamento do SNI brasileiro. Entretanto, somente a sua promulgação não será capaz de imprimir uma mudança substancial no posicionamento dos atores frente às atividades e aos desafios da P&D e da inovação. Para um maior e mais efetivo envolvimento e participação das universidades (e das empresas) com atividades de geração e de transferência de tecnologia nesse processo, é necessário um entendimento por parte de órgãos e agências de financiamento e fomento das possibilidades abertas pelo MLCTI. Além disso, também é necessário que sejam desenvolvidos uma cultura e um ambiente institucional mais adequado a esse novo contexto por parte das universidades, que fomente a relação destas com a sociedade, notadamente com o setor produtivo, a partir de diferentes estratégias e políticas.

Biografia do Autor

Ana Maria Nunes Gimenez, Doutora em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (DPCT/IG/UNICAMP). Pós-doutoranda no DPCT/IG/UNICAMP; bolsista CAPES/BRAIL pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento - INCT/PPED.

Doutora em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (DPCT/IG/UNICAMP). Pós-doutoranda no DPCT/IG/UNICAMP; bolsista CAPES/BRAIL pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento - INCT/PPED.

Maria Beatriz Machado Bonacelli, Doutora em Ciências Econômicas pela Université des Sciences Sociales de Toulouse, França. Professora Livre-docente do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas (DPCT/IG/UNICAMP).

Doutora em Ciências Econômicas pela Université des Sciences Sociales de Toulouse, França. Professora Livre-docente do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas (DPCT/IG/UNICAMP).

Martha Delpino Bambini, Doutoranda no Departamento de Política Científica e Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas (DPCT/IG/UNICAMP). Analista de Transferência de Tecnologia na Embrapa Informática Agropecuária, em Campinas/SP.

Doutoranda no Departamento de Política Científica e Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas (DPCT/IG/UNICAMP). Analista de Transferência de Tecnologia na Embrapa Informática Agropecuária, em Campinas/SP.

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Publicado

2020-02-09

Edição

Seção

Artigos