Ou caminha com Deus ou dança com o Diabo: igrejas neopentecostais e o dispositivo da sexualidade

Autores

  • Rodrigo Kreher
  • Neuza Maria de Fátima Guareschi

DOI:

https://doi.org/10.54948/desidades.v0i17.15307

Resumo

Este artigo objetiva dar visibilidade aos modos como as igrejas neopentecostais concentram
um olhar mais específico sobre a sexualidade de jovens empobrecidos. Através da realização
de oficinas em Direitos Humanos do Projeto de Proteção de Jovens em Território Vulnerável
(PROTEJO) do Território de Paz Guajuviras, no município de Canoas/RS, acompanhamos
dois jovens brancos, do sexo masculino, moradores do bairro Guajuviras e frequentadores
das igrejas neopentecostais locais. Esta experiência tornou possível analisar como tais
instituições religiosas orientavam as questões relativas à sexualidade dos jovens. A partir da
contribuição teórica foucaultiana sobre o dispositivo da sexualidade, mostramos como as
igrejas neopentecostais estabelecem práticas de governo da sexualidade juvenil em direção a
uma heteronormatividade. Por fim, o presente artigo conclui que tais igrejas neopentecostais
articulam noções como protagonismo juvenil e heteronormatividade, promovendo estratégias
de condução da vida dos jovens para a produção de um sujeito cristão e heterossexual.

Palavras-chave: juventude, igrejas neopentecostais, protagonismo juvenil, heteronormatividade.

Referências

BRASIL. Casa Civil. Lei n° 11.530, de 24 de outubro de 2007. Institui o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania – PRONASCI e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20072010/ 2007/Lei/L11530.htm>. Acesso em: 26 mar. 2017.

CANOAS, Prefeitura Municipal de. PROTEJO: Projeto Básico. Secretaria Municipal de Segurança Pública e Cidadania, 2009, 3p.

COIMBRA, C. M. B.; Nascimento, M. L. Jovens pobres: o mito da periculosidade. In: FRAGA, Paulo Cesar Pontes; IULIANELLI, Jorge Atílio (orgs.). Jovens em tempo real. DP&A, 2003, p. 19-37.

COSTA, A. B.; NARDI, H. C. Homofobia e preconceito contra a diversidade sexual: debate conceitual. Temas em Psicologia – 2015, Vol. 23, n° 3, 715-726.

EU ESCOLHI ESPERAR. Mobilização. Disponível em: <http://euescolhiesperar.com/mobilizacao>. Acesso em: 26 mar. 2017.

FOUCAULT, M. História da Sexualidade I: A Vontade de Saber. Rio de Janeiro: Graal, 1988.

GONZALES, Z. K.; GUARESCHI, N. M. F. O protagonismo social e o governo de jovens. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud, Manizales, Doctorado en Ciencias Sociales, Niñez, Juventud Del Centro de Estudios Avanzados en Niñez y Juventud de La Universidad de Manzaniles y el Cinde, vol. 7, núm. 1, (enero-junio), 2009, PP. 37-57.

GUARESCHI, N. M. F.; LARA, L.; ADEGAS, M. A. Políticas Públicas entre o sujeito de direitos e o homo oeconomicus. Psico, Porto Alegre, PUCRS, v. 41, n. 3, pp. 332-339, jul./set. 2010.

IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS. Força Jovem. Disponível em: <http://www.universal.org/grupos-de-trabalho/forca-jovem-universal.html>. Acesso em: 08/01/2016.

JUNIOR, N. Eu Escolhi Esperar. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2015. 160 p.

KEROUAC, J. O mar é meu irmão e outros escritos. Tradução de Breunig. – 1. ed. – Porto Alegre, RS: L&PM, 2014.

MARGULIS, M. La juventud es más que una palabra. Buenos Aires: Biblos, 1996.

MARIANO, R. Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil. 2 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2005. 241p.

Downloads

Publicado

30-01-2018

Edição

Seção

TEMAS EM DESTAQUE