Tornar-se adolescente: o corpo como cenário
DOI:
https://doi.org/10.54948/desidades.v0i22.25115Resumo
Proponho-me a fazer algumas relexões que surgem da prática clínica psicanalítica, focando-me
em como se viabiliza o contato com os corpos e como vivem a sexualidade entre adolescentes.
Como se vinculam? Como se expõem? Como se sintomatizam? Os espelhos de hoje são, sobretudo,
as representações que circulam pelas redes sociais. Conquistar visibilidade, exibindo para
ser suportado pelo olhar do outro, é atualmente condição de existência. Corpos produzidos,
manipulados, exibidos, buscando reconhecimento, são alguns dos imperativos predominantes
desde a puberdade. Sugiro uma nova hipótese: o corpo adolescente, talvez, encarnou no
último tempo esse efeito de desenraizamento, produto de uma ruptura da comunidade social.
O sentimento de ausência de sentidos coletivos poderia ter incidido na fetichização do cenário
corporal que tanto nos impacta e muitas vezes preocupa os adolescentes. Nesta direção,
paradoxalmente, o despertar da luta feminina contra a violência de gênero tem convocado a
atenção e participação comprometida dos adolescentes.
Palavras-chave: adolescência, self cutting syndrome, anorexia, automutilação, sexualidade adolescente.
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