A criança surda “falando” pela brincadeira: infância, corpo e ethos1 surdo

Autores

  • Maria Carmen Euler Torres

DOI:

https://doi.org/10.54948/desidades.v0i26.34645

Resumo

O artigo traz como objetivo central identificar a brincadeira como atividade principal da criança entre os 3 e 6 anos e como uma reinvenção da cultura, criando a possibilidade de manifestação de uma cultura lúdica. Na perspectiva da criança surda em processo de aquisição de língua e, por isso, ainda sem língua, buscamos colocar em questão a noção de infância como “aquele que
não pode falar”, uma vez que a criança surda se mostra capaz de fazer emergir novas formas de comunicação de seus desejos e questionamentos. Entendendo os sujeitos surdos como minoria linguística, colonizados pela hegemonia da oralização, queremos olhar para a criança surda como uma possibilidade de invenção ou inauguração de novas formas de ser e estar no mundo a partir de seu ethos.
Palavras-chave: brincadeira, desenvolvimento, cultura lúdica, criança surda.

Referências

ALBARES, R. S.S.; BENASSI, C. A. Comunicação gestual caseira e LIBRAS: semelhanças e diferenças oriundas das necessidades comunicacionais. Revista Diálogos: linguagens em movimento, ano 3, n. 1, jan./jun., 2015.

AQUINO, L. Educação da infância e pedagogia descolonizadora: reflexões a partir do debate sobre identidades. In: FARIA, A. L. G. de et al (Org.). Infâncias e pós-colonialismo: pesquisas em busca de pedagogias descolonizadoras. Campinas, SP: Leitura Crítica; Associação de Leitura do Brasil – ALB, 2015.

BRASIL. LDB: Lei de diretrizes e bases da educação nacional – Brasília: Senado Federal,

Coordenação de Edições Técnicas, 2017.

BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil / Secretaria de Educação

Básica – Brasília: MEC, SEB, 2010.

BROUGÈRE, G. A criança e a cultura lúdica. In: KISHIMOTO, T. M. (Org.). O brincar e suas teorias.

São Paulo: Pioneira Educação, 1998.

CASTRO, L. R. Conhecer, transformar-se e aprender: pesquisando com crianças e jovens. In: CASTRO, L. R de; BESSET, V. L. (Org.). Pesquisa-intervenção na infância e juventude. Rio de Janeiro: Nau Editora e FAPERJ, 2008.

CORSARO, W. A. Sociologia da Infância. 2ª ed. Trad. Lia Gabriele Regius Reis. Porto Alegre: Artmed, 2011.

HUIZINGA, J. Homo ludens. São Paulo: Perspectiva, 2017.

PAGNI, P. A.; MARTINS, V. R. O Corpo e expressividade como marcas constitutivas da diferença

ou do ethos surdo. Revista Educação Especial, Santa Maria, v. 32, 2019.

PASSOS, E.; BARROS, M. R. B de. Diário de bordo de uma viagem-intervenção. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCOSSIA, L. (Org.). Pistas do método da cartografia: pesquisa intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Editora Sulina, 2012.

PEREIRA, M. C. C. Aquisição da língua(gem) por crianças surdas, filhas de pais ouvintes. In: FERNANDES, E. (Org.). Surdez e bilinguismo. Porto Alegre: Ed. Mediação, 2015.

SACKS, O. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. Trad. Laura Teixeira Mota). São Paulo: Cia das Letras, 2010.

SILVA, D. N. H. Como brincam as crianças surdas. São Paulo: Ed. Plexus, 2002.

TUNES, E.; TUNES, G. O adulto, a criança e a brincadeira. Revista Em aberto, Brasília, v. 18, n. 73,

julho, 2001, p. 78-88.

VIGOTSKI, L. S. A brincadeira e eu papel no desenvolvimento psíquico da criança. Revista Virtual

de Gestão de iniciativas sociais, v. 11, junho, 2008.

VIGOTSKI, L. S. Pensamiento y Habla. Buenos Aires: Colihue Clásica, 2012.

Downloads

Publicado

14-05-2020

Edição

Seção

TEMAS EM DESTAQUE