Resistências, infâncias e comprimidos: medicalização-patologização das crianças no âmbito escolar
DOI:
https://doi.org/10.54948/desidades.v0i33.43228Palavras-chave:
medicalização, patologização, educação, infância, cartografiaResumo
O presente artigo trata da medicalização-patologização da infância dentro do ambiente escolar. A pesquisa ocorreu com uma turma de Educação Infantil de uma escola pública de Sobral/CE, guiou-se pela cartografia, utilizando observação participante, a partir da inserção de um dos pesquisadores na sala de aula, como método de coleta de dados, foi utilizado entrevista, com uma das professoras da turma, e diário de campo. O referencial teórico atravessou nossos estudos sobre a infância, também estudos sócio-históricos e abordagens crítico políticas. Com a pesquisa percebem-se as linhas de controle e agenciamento social exercidas sobre as crianças e também reproduzidas por elas sobre as diferenças que emergem no cotidiano escolar, bem como fizeram-se visíveis linhas de resistência a esse controle, tanto presente nas ações das crianças, como da professora e da pesquisa. Assim, a pesquisa aponta a potência existente no campo escolar, ainda que visto como um campo de controle da vida.
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