Resistências, infâncias e comprimidos: medicalização-patologização das crianças no âmbito escolar

Autores

  • Deni Elliot Noronha Lopes Universidade Federal do Ceará, Departamento de Psicologia, Fortaleza, Brasil
  • Érica Atem Gonçalves de Araújo Costa Universidade Federal do Ceará, Departamento de Psicologia, Fortaleza, Brasil
  • Rita Helena Sousa Ferreira Gomes Universidade Federal do Ceará, Departamento de Psicologia, Fortaleza, Brasil
  • Nara Maria Forte Diogo Rocha Universidade Federal do Ceará, Departamento de Psicologia, Fortaleza, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.54948/desidades.v0i33.43228

Palavras-chave:

medicalização, patologização, educação, infância, cartografia

Resumo

O presente artigo trata da medicalização-patologização da infância dentro do ambiente escolar. A pesquisa ocorreu com uma turma de Educação Infantil de uma escola pública de Sobral/CE, guiou-se pela cartografia, utilizando observação participante, a partir da inserção de um dos pesquisadores na sala de aula, como método de coleta de dados, foi utilizado entrevista, com uma das professoras da turma, e diário de campo. O referencial teórico atravessou nossos estudos sobre a infância, também estudos sócio-históricos e abordagens crítico políticas. Com a pesquisa percebem-se as linhas de controle e agenciamento social exercidas sobre as crianças e também reproduzidas por elas sobre as diferenças que emergem no cotidiano escolar, bem como fizeram-se visíveis linhas de resistência a esse controle, tanto presente nas ações das crianças, como da professora e da pesquisa. Assim, a pesquisa aponta a potência existente no campo escolar, ainda que visto como um campo de controle da vida.

Biografia do Autor

Deni Elliot Noronha Lopes, Universidade Federal do Ceará, Departamento de Psicologia, Fortaleza, Brasil

Psicólogo e Mestre em Psicologia e Políticas Públicas, ambos pela Universidade Federal do Ceará – UFC (Sobral), Brasil. Atua no CRAS II - Amanaiara, em Reriutaba/CE. Membro do Grupo de Pesquisa em Educação, Música e Artes da UFC – Pesquisamus.

Érica Atem Gonçalves de Araújo Costa, Universidade Federal do Ceará, Departamento de Psicologia, Fortaleza, Brasil

Doutora em Educação, Universidade Federal do Ceará (UFC), Brasil. Docente do Mestrado Pro昀椀ssional em Psicologia e Políticas públicas (UFC) e do Departamento de Psicologia (UFC). Coordena o Maquinarias: infâncias em invenção – VIESES (UFC).

Rita Helena Sousa Ferreira Gomes, Universidade Federal do Ceará, Departamento de Psicologia, Fortaleza, Brasil

Doutora em Filoso昀椀a, Universidade Federal de Minas Gerais, (UFMG), Brasil. Professora Associada da Universidade Federal do Ceará (UFC), Brasil. Docente do Mestrado Pro昀椀ssional em Artes (PROFARTES/UFC) e do Mestrado Pro昀椀ssional em Psicologia e Políticas Públicas (UFC).

Nara Maria Forte Diogo Rocha, Universidade Federal do Ceará, Departamento de Psicologia, Fortaleza, Brasil

Psicóloga e Mestre (UFC). Doutora em Educação, Universidade Federal do Ceará (UFC), Brasil. Docente do Mestrado Pro昀椀ssional em Psicologia e Políticas Públicas e do Departamento de psicologia (UFC).

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Publicado

14-11-2022

Edição

Seção

TEMAS EM DESTAQUE