Juventude negra nas periferias do Brasil: Psicologia em questão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.54948/desidades.v1i37.59198

Palavras-chave:

Psicología, jóvenes, negros

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar as contribuições da Psicologia diante das realidades vivenciadas pelos(as) jovens negros(as) que vivem em bairros periféricos, a partir de uma pesquisa bibliográfica. Recorreu-se à base eletrônica Scientific Eletronic Library Online – SciELO, por meio dos descritores “vulnerabilidade”, “adolescente”, “jovens”, “questão racial”, “periferia”, “Psicologia” e “atuação da Psicologia” combinados de diferentes formas. Foram selecionados 16 (dozesseis) artigos. Estes foram analisados qualitativamente a partir das categorias temáticas: realidade dos(as) adolescentes e jovens negros(as) da periferia; atuação dos profissionais de Psicologia junto a tais sujeitos. Os estudos evidenciam diferentes tipos de violência, exclusão, sofrimento e morte. A literatura enfatiza atuações interdisciplinares no âmbito das Políticas Públicas, explorando atuação junto a adolescentes que foram vítimas de violência ou cometeram atos infracionais. Considera-se necessário explorar mais um trabalho na prevenção dessas violências e dar mais visibilidades às contribuições da Psicologia para transformar socialmente essa realidade.

Palavras-chave: Psicologia; adolescentes; jovens; negros.

Biografia do Autor

Orlando Viana Macêdo, Centro Universitário Paraíso do Ceará - UniFAP

Psicólogo. Mestre e Doutor em Psicologia Social pela UFPB. Professor do Centro Universitário Paraíso do Ceará – UniFAP, Brasil.

Manuella Castelo Branco Pssoa, Universidade Federal da Paraíba

Professora Adjunta do Departamento de Psicologia da UFPB. Vice-líder do Núcleo de Pesquisa e Estudos sobre Desenvolvimento da Infância e Juventude. Colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, Brasil.

Thaís Fontenelle Bezerra, Centro Universitário Paraíso - UniFAP

Discente do Curso de Bacharelado em Psicologia do Centro Universitário Paraíso – UniFAP, Brasil.

Adriana Alencar Gomes Pinheiro, Centro Universitário Paraíso

Psicóloga, Mestra e Doutora em Psicologia pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR. Coordenadora do Curso de Psicologia do Centro Universitário Paraíso – UniFAP, Brasil.

Referências

ABRANTES, A. A.; SILVA, N. R.; MARTINS, S. T. F. Método histórico-social na psicologia social. Rio de Janeiro: Vozes, 2005.

AGUIAR, C. C. T.; VICENTIN, M. C. G. Políticas de segurança e guerra aos pobres: o caso da Praça Sete Jovens. Psicol. Cienc. Prof., Brasília, v. 38, n. spe2, p. 238-251, 2018.

BARROS, J. P. P. et al. Homicídios juvenis e os desafios à democracia brasileira: implicações éticopolíticas da Psicologia. Psicol. Cienc. Prof. Brasília, v. 37, n. 4, p. 1051-1065, out./dez. 2017.

_____________________________. “Pacificação” nas periferias: Discursos sobre as violências e o cotidiano de juventudes em Fortaleza. Revista de Psicologia, v. 9, n. 1, p. 117-128, 2018.

___________________; BENÍCIO, L. F. S.; BICALHO, P. P. G.. Violências no Brasil: que problemas e desafios se colocam à Psicologia? Psicol. Cienc. Prof., Brasília, v. 39, n. spe2, e225580, 2019.

BENÍCIO, L. F. de S. et al. Necropolítica e pesquisa-intervenção sobre homicídios de adolescentes e jovens em fortaleza, CE. Psicol. Cienc. Prof., Brasília, v. 38, n. spe2, p. 192-207, 2018.

BOCK, A. M. B. A Psicologia a caminho do novo século: Identidade profissional e compromisso social. Estudos de Psicologia, v. 4, n. 2, p. 315-329, 1999.

BOTOMÉ, S. P. A quem, nós, psicólogos, servimos de fato? Psicologia, v. 5, n. 1, p. 1-16, 1979.

BRASIL. Índice de vulnerabilidade juvenil à violência e desigualdade racial. Secretaria Nacional da Juventude. Brasil, 2014.

. Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial. Secretaria Nacional da Juventude. Brasil, 2017.

CERQUEIRA, D. et al. Atlas da Violência 2021. São Paulo: FBSP, 2021.

CIAMPA, A. C. A estória do Severino e a história de Severina. São Paulo: Brasiliense, 2001.

COIMBRA, C. M. B. Guardiães da ordem: uma viagem pelas práticas psi no Brasil do “milagre”. Rio de Janeiro: Oficina do Autor, 1995.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Relações raciais: referências técnicas para atuação de psicólogas/os. Brasília: CFP, 2017.

CORREIA, A. M. B.; DANTAS, C. N. C. B. O fazer psicológico na ditadura civil militar. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 37, n. esp., p. 71-81, 2017.

COSTA, P. H. A. A questão social na psicologia social: uma revisão da literatura. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 40, e209277, nov. 2020.

COSTA, A. F. et al. Dispositivo de segurança e racionalidade necrobiopolítica: narrativas de jovens negros de Fortaleza. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 40, n. spe, e230162, 2020.

CUNDA, M. F.; SILVA, R. N. Me chamam rua, população, uma situação: os nomes da rua e as políticas da cidade. Psicologia e Sociedade [online], v.32, e223876, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1807-0310/2020v32223876 . Acesso em: 19 abr. 2023.

DANTAS, J. G. T; MICHELI, D. A favela onde moro: o território sob perspectiva dos jovens. Ciência & Saúde Coletiva, v. 26, n. 07, p. 2769-2782, jul. 2021.

ELIAS, C. S. et al. Quando chega o fim? Uma revisão narrativa sobre terminalidade do período escolar para alunos deficientes mentais. SMAD: Revista Electrónica en Salud Mental, Alcohol y Drogas, v. 8, n. 1, p. 48-53, 2012.

FERRÃO, I. S.; SANTOS, S. S.; DIAS, A. C. G. Psicologia e práticas restaurativas na socioeducação: relato de experiência. Psicol. Cienc. Prof. Brasília, v. 36, n. 2, p. 354-363, jun. 2016.

GÓIS, C. W. L. Psicologia comunitária no Ceará: uma caminhada. Fortaleza: Instituto Paulo Freire de Estudos Psicossociais, 2003.

GOMES, M. A.; MAHEIRIE, K.; CORRÊA, B. Jovens em vulnerabilidades psicossociais: grupo como lugar de acolhida e subjetivação política. Psicologia em Estudo, v. 27, e47375, p. 1-10, 2022.

GONÇALVES, R. Quando a questão racial é o nó da questão social. Katál, Florianópolis, v. 21, n. 3, p. 514-522, 2018.

GONÇALVES FILHO, J. M.. Humilhação social: um problema político em Psicologia. Psicol. USP, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 11-67,1998.

GUARESCHI, P. Psicologia Social Crítica como prática de libertação. Porto Alegre: Edicpurs, 2004.

HUR, D. U.; LACERDA JUNIOR, F. Psicologia Política Crítica: insurgências na América Latina. Campinas, SP: Alínea, 2016.

LANE, S. T. M. O que é a Psicologia Social. São Paulo: Brasiliense, 1981.

_________________. Psicologia Social: o homem em movimento. São Paulo: Brasiliense, 1982.

LEMOS, F. C. S. et al. O extermínio de jovens negros pobres no Brasil: práticas biopolíticas em questão. Pesquisas e Práticas Psicossociais, São João del Rei, v. 12, n. (1, jan./abr. 2017.

MACÊDO, O. J. V.; BRITO, F. H.; ALMEIDA, N. G. Todo camburão tem um pouco de navio negreiro? A perspectiva de jovens negros do interior da Paraíba. Revista e-ciência. v. 8, n. 1, p. 39-45, 2020.

MATHEUS, T. C. Vulnerabilidade Social e Solidariedade entre Jovens: Jardim Ângela e Jardim São Luís. Psicol. Soc., Belo Horizonte, v. 31, e170505, 2019.

MELLO, S. L. Psicologia e profissão em São Paulo. São Paulo, SP: Ática, 1975.

OLIVEIRA, L. C. P. et al. Curso de vida, adolescentes e criminalidade: uma leitura a partir do PIA. Psicol. Soc., Belo Horizonte, v. 31, e210441, 2019.

OLIVEIRA, P. C. et al. “Sobrevivendo”: vulnerabilidade social vivenciada por adolescentes em uma periferia urbana. Interface: Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 24, e190813, 2020.

RODRIGUES, J. S. et al. “Tortura que não acaba”: análise do sofrimento de mães de jovens assassinados em Fortaleza. Psicologia USP, v. 33, e 210142, p. 1-10, 2022.

SAWAIA, B. As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social. Petrópolis: Vozes, 1999.

SILVA, R. A.; MENEZES, J. A. Reflexões sobre o uso de álcool entre jovens quilombolas. Psicol. Soc., Belo Horizonte, v. 28, n. 1, p. 84-93, abr. 2016.

SILVA, A. C. S.; ALBERTO, M. F. P. Fios soltos da rede de proteção dos direitos das crianças e adolescentes. Psicol. Cienc. Prof., Brasília, v. 39, e185358, 2019.

SOUZA, N. S. Tornar-se negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983.

YAMAMOTO, O. H. 50 anos de profissão: responsabilidade social ou projeto ético-político? Psicol. Cienc. Prof., Brasília, v. 32, n. spe, p. 6-17, 2012.

Downloads

Publicado

25-03-2024