Adolescências e saúde mental: um diálogo a partir da estratégia do cine debate

Autores

DOI:

https://doi.org/10.54948/desidades.v1i40.63832

Palavras-chave:

Saúde mental., adolescência, cinema, metodologias criativas

Resumo

Estudos sobre a promoção da saúde mental de adolescentes no contexto escolar são escassos, especialmente quando se considera a participação ativa dessa população. Esta pesquisa qualitativa tem como objetivo compreender e analisar, em parceria com adolescentes de uma escola pública, aspectos relacionados à saúde mental por meio da metodologia do Cine Debate. Foram realizados dois encontros com exibição de filmes seguidos de debates, os quais foram transcritos e considerados pela Análise Temática de Bardin. A partir dos resultados, observou-se que os/as participantes apresentaram suas perspectivas sobre relacionamentos interpessoais, salientando dificuldades e facilidades, bem como características da vivência do adolescer. Além disso, avaliaram positivamente a estratégia do Cine Debate. O estudo contribuiu para a apresentação das perspectivas dos/as adolescentes sobre esse momento de vida, o apoio social e as formas possíveis de realizar atividades de debate sobre a temática da saúde mental no contexto escolar.

Biografia do Autor

Rafaela Mancini Fabi, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, São Paulo, Brasil

Graduanda em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Brasil. Experiência em pesquisas sobre saúde mental, adolescências e escola. 

Danieli Amanda Gasparini, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, São Paulo, Brasil

Terapeuta Ocupacional. Mestre e Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Brasil. Experiência na compreensão e promoção da saúde mental de adolescentes.

Maria Fernanda Barboza Cid, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, São Paulo, Brasil

Professora do departamento de Terapia Ocupacional e do Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Brasil. Experiência no campo da atenção psicossocial de crianças e adolescentes.

Referências

ARAÚJO, A. C. et al. Transição da Adolescência para a Fase Adulta na Ótica de Adolescentes. Rev. Enferm., Rio de Janeiro, v. 19, n. 2, abr./jun. 2011.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Tradução de Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. São Paulo: Edições 70, 2016.

BERTI, A.; CARVALHO, R. M. O Cine Debate promovendo encontros do cinema com a escola. Pro-Posições, v. 24, n. 3, p. 183-199, set./dez. 2013.

BRASIL. Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 16 jul. 1990.

BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção psicossocial a crianças e adolescentes no SUS: tecendo redes para garantir direitos. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_psicossocial_criancas_adolescentes_sus.pdf>. Acesso em: 28 abr. 2023.

CARDINALLI, I.; CASTRO, E. D. Trajetórias inventivas e produção de conhecimento: terapeutas ocupacionais e suas relações com arte, corpo e cultura. Rev. Interinst. Bras. Ter. Ocup., Rio de Janeiro, v. 3, n. 4, p. 584-601, 2019.

CARDINALLI, I. Ninho de nós: sentidos da atividade humana em terapia ocupacional. 2022. Tese (Doutorado em Terapia Ocupacional) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2022.

CARVALHO, R. G. et al. Relações de amizade e autoconceito na adolescência: um estudo exploratório em contexto escolar. Estudos de Psicologia, Campinas, v. 34, n. 3, p. 379-388, 2017.

CASTRO, E. D.; LIMA, E. M. F. A.; BRUNELLO, M. I. B. Atividades humanas e terapia ocupacional. In: CARLO, M. M. R. P.; BARTALOTTI, C. C. Terapia ocupacional no Brasil: fundamentos e perspectivas. São Paulo: Plexus, 2001. p. 41-62.

CASTRO, E. D.; SILVA, D. de M. Habitando os campos da arte e da terapia ocupacional: percursos teóricos e reflexões. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, v. 13, n. 1, p. 1-8, 2002.

CASTRO, E. D. et al. Análise de Atividades: apontamentos para uma reflexão atual. Terapia ocupacional: reabilitação física e contextos hospitalares. São Paulo: Roca, 2004.

CASTRO, L. R. de. Os universalismos no estudo da Infância – a criança em desenvolvimento e a criança global. In: CASTRO, L. R. de. Infâncias do sul global: experiências, pesquisa e teoria desde a Argentina e o Brasil. Salvador: EDUFBA, 2021. p. 41-60.

CID, M. F. B.; GASPARINI, D. A. Ações de promoção à saúde mental infanto-juvenil no contexto escolar: um estudo de revisão. Revista FSA, Teresina, v. 13, n. 1, p. 97-114, 2016.

CID, M. F. B. et al. Atención psicosocial y pandemia de covid-19: reflexiones sobre la atención a infancia y adolescencia que vive en contextos socialmente vulnerables. Multidisciplinary Journal of Educational Research, v. 10, p. 178-201, 2020.

COUTO, M. C. V.; DELGADO, P. G. G. Crianças e adolescentes na agenda política da saúde mental brasileira: inclusão tardia, desafios atuais. Psic. Clin., Rio de Janeiro, v. 27, n. 1, p. 17-40, 2015.

DIMOV, T.; LAZZAROTTO, P. A Função Terapêutica do Conviver e do Brincar: o dispositivo da ambiência nos Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenis. In: FERNANDES, A. D. S. A. et al. Saúde Mental de crianças e adolescentes e atenção psicossocial. Santana de Parnaíba: Manole, 2021. p. 141-154.

DIVERTIDA Mente. Direção: Pete Docter. Estados Unidos: Pixar e Walt Disney Pictures, 2015. Disponível em: Disney+. Acesso em: 26 mai. 2023.

ENROLADOS. Direção: Nathan Greno, Byron Howard. Estados Unidos: Walt Disney Animation studios e Walt Disney Pictures, 2011. Disponível em: Disney+. Acesso em: 26 mai. 2023.

FITAS. Direção: Erica Milsom. Roteiro: Erica Milsom. Estados Unidos: Pixar, 2020. Disponível em: Disney+. Acesso em: 28 abr. 2023.

GASPARINI, D. A. Saúde mental e sofrimento psíquico na perspectiva de adolescentes. 2022. Dissertação (Mestrado em Terapia Ocupacional) – Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2022.

HAIR Love. Direção: Matthew A. Cherry, Bruce W. Smith. Produção: Matthew A. Cherry, Karen Rupert Toliver, Monica A. Young. Estados Unidos: Sony Pictures Releasing, 2019. Disponível em: <https://youtu.be/kNw8V_Fkw28>. Acesso em: 28 abr. 2023.

JOHANSSON, A.; BRUNNBERG, E.; ERIKSSON, C. Adolescente girls’ and boys’ perceptions of mental health. Journal of Youth studies, S. l., v. 10, n. 2, p. 183-202, 2007.

LIEBENBERG, L. The visual image as discussion point: increasing validity in boundary

crossing reserach. Qualitative Research, S. l., v. 9, n. 4, p. 441-467, 2009.

LOADES, M. E. et al. Rapid systematic review: the impact of social isolation and loneliness on the mental health of children and adolescents in the context of COVID-19. Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry, v. 59, n. 11, p. 1218-1239, 2020.

LONGARETTI, L. Perpeptions and experiences of belonging during the transition from primary to secondary scholl. Australian Journal of Teacher Education, S. l., v. 45, n. 1, p. 31-46, 2020.

LOU. Direção: Dave Mullins. Estados Unidos: Pixar e Walt Disney Pictures, 2017. Disponível em: Disney+. Acesso em: 28 abr. 2023.

LUZ, R. T. et al. Saúde mental como dimensão para o cuidado de adolescentes. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 71, supl. 5, p. 2087-2093, 2018. Disponível em: . Acesso em: 28 abr. 2023.

MANNAY, D. Cartografiar imágenes – representar gráficamente lo visual y lo creative en la investigación en Ciencias Sociales. In: MANNAY, D. Métodos visuales, narrativos y creativos en investigación cualitativa. Madrid: Narcea Ediciones, 2017. p. 19-35.

MARRIEL, N. S. M.; NJAINE, K.; ASSIS, S. G. Reflexões sobre violência e suas manifestações na escola. In: ASSIS, S. G. et al. Impactos da violência na escola: Um diálogo com professores. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ; CDEAD/ENSP, 2023. p. 43-70.

MINAYO, M. C. de S. O desafio do conhecimento. São Paulo: Hucitec, 2014.

MOREIRA, J. O.; ROSÁRIO, A. B.; SANTOS, A. P. Juventude e adolescência: considerações preliminares. PSICO, Porto Alegre, PUCRS, v. 42, n. 4, p. 457-464, out./dez. 2011.

MUSEU DE IMAGENS DO INCONSCIENTE. Nise da Silveira. Disponível em: <https://www.museuimagensdoinconsciente.org.br/nise-da-silveira>. Acesso em: 6 jan. 2025.

OLIVEIRA, W. A. et al. A saúde do adolescente em tempos da covid-19: soping review. Cadernos de Saúde Pública, v. 26, n. 8, e00150020, 2020. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/csp/a/HFr6JFJ7SqTLk8KLBPgTQZP/>. Acesso em: 28 abr. 2023.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Organização Pan-Americana da Saúde. Folha Informativa – Saúde Mental dos adolescentes. 2021. Disponível em: <https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5779:folha-informativa-saude-mental-dos-adolescentes&Itemid=839>. Acesso em: 28 abr. 2023.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Transformar cada escola em uma escola promotora de saúde: Padrões e indicadores globais. Washington, D.C.: Licença: CC BY-NC-SA 3.0 IGO. 2022. Disponível em: <https://doi.org/10.37774/9789275725122>. Acesso em: 28 abr. 2023.

OZELLA, S.; AGUIAR, W. M. J. Desmistificando a concepção de adolescência. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 38, n. 133, p. 97-125, 2008.

PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. Porto Alegre: Artmed, 2006.

PARRILLA-LATTAS, A.; RAPOSO-RIVAS, M.; MARTINES-FIGUEIRA, M. E. Processos de movilización y comunicación del conocimento em la investigación participativa. Opción, S. l., v. 32, n. 21, p. 2066-2087, 2016.

PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.

RED: Crescer é uma Fera. Direção: Domee Shi.Estados Unidos: Pixar e Walt Disney Pictures, 2022. Disponível em: Disney+. Acesso em: 26 mai. 2023.

RISTUM, M. Violência na escola, da escola e contra a escola. In: ASSIS, S. G. et al. Impactos da violência na escola: um diálogo com professores. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ; CDEAD/ENSP, 2023. p. 43-70. Disponível em: <https://doi.org/10.7476/9786557082126>. Acesso em: 28 abr. 2023.

ROSSI, L. M. et al. Crise e saúde mental na adolescência: a história sob a ótica de quem vive. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 35, n. 3, p. 1-12, 2019.

SANTOS, M. O retorno do território. In: SANTOS, M.; SOUZA, M. A. A.; SILVEIRA, M. L. (Orgs.). Território: globalização e fragmentação. São Paulo: Editora Hucitec, 1998.

SILVA, A. G.; RODRIGUES, T. C. L.; GOMES, K. V. Adolescência, Vulnerabilidade e Uso Abusivo de Drogas: a redução de dados como estratégia de prevenção. Psicologia Política, v. 15, n. 33, p. 335-354, 2015.

SILVA, M. A. I. et al. Vulnerabilidade na saúde do adolescente: questões contemporâneas. Ciênc. Saúde Coletiva, v. 19, n. 2, p. 619-627, 2014.

SILVEIRA, N. Imagens do Inconsciente. Rio de Janeiro: Alhambra, 1981.

SOUZA, T. T. et al. Em Saúde Mental De Adolescentes Em Países Da América Latina: Uma Revisão Integrativa Da Literatura. Ciênc. Saúde Coletiva, S. l., v. 26, n. 07, p. 2575- 2586, 2021.

SOUZA, T. Arte, cultura e saúde mental: histórias de adolescentes vinculados a projetos artístico-culturais. 2022. Tese (Doutorado em Terapia Ocupacional) – Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2022.

SKLIAR, C. A materialidade da morte e o eufemismo da tolerância: duas faces, dentre as milhões de faces, desse monstro (humano) chamado racismo. Revista Prâksis, v. 1, p. 15-26, 2016.

TAÑO, B. L. et al. Atenção Psicossocial e Intersetorialidade: entre o lugar do saber e o saber do lugar. In: FERNANDES, A. D. S. A. et al. Saúde Mental de crianças e adolescentes e atenção psicossocial. Santana de Parnaíba: Manole, 2021. p. 2-20.

TEIXEIRA, M. R. et al. Atenção Psicossocial e Promoção de Saúde Mental nas Escolas. In: FERNANDES, A. D. S. A. et al. Saúde mental de crianças e adolescentes e atenção psicossocial. Santana de Parnaíba: Manole, 2021. p. 35-47.

WELLS, J.; BARLOW,J.; STREWART-BROWN, S. A systematic review of universal approaches to mental health promotion in schools. Health Education, v. 103, n. 4, p. 197-220, 2003.

WILLRICH, J. Q. et al. Ambiência de um centro de atenção psicossocial: fator estruturante do processo terapêutico. Revista de Enfermagem da UFSM, v. 3, n. 2, p. 248-258, 2013.

Downloads

Publicado

20-02-2025