‘A mina não é ABC, não é colégio que se aprende a ler...': Uma etnografia do fazer festa em um terreiro de Umbanda na Amazônia
Parole chiave:
ritual religião, encantadosAbstract
A partir de “pontos de vista” aparentemente não cruzados, mas certamente, “encruzilhados”, este artigo trata dos modos de pensar e fazer festa em um terreiro de Umbanda em Santarém, no oeste Pará. Nele, privilegia-se a dimensão descritiva narrativa dos aspectos simbólicos expressados pelas verbalizações do pai de santo e filhos de santo do terreiro pautados em seus saberes, assim como as relações tecidas no terreiro e em outras atividades do cotidiano da festa que aparentemente não estariam conectadas à religião. Este estudo exercita um estilo “etnopoético” de como reverberar essas vivências na forma de descrições etnográficas, em um experimento de encontros de “etnossaberes”. Por fim, ao se propor descrever os preparativos da festa, se está também descrevendo práticas de conhecimento que fazem do chão de um terreiro um solo fértil para produzir saberes diversos que vão muito além dos limites desta pesquisa.
Abstract: From seemingly uncrossed “points of view”, but certainly, “crossroads”, this article deals with the ways of thinking and partying in a Umbanda terreiro in Santarém, western Pará. In it, one privileges the descriptive narrative dimension of the symbolic aspects expressed by the verbalizations of the pai de santo and the filhos de santo of the terreiro based on their knowledge, as well as the relationships woven in the terreiro and other daily activities of the party that apparently were not connected to the religion. This study exercises an “ethno-poetic” style of how to reverberate these experiences in the form of ethnographic descriptions, in an experiment of “ethnossaberes” encounters. Finally, when describing the preparation of the party, it is also describing practices of knowledge that make the soil of a terreiro a fertile soil to produce diverse knowledges that go well beyond the limits of this research.
Keywords: ritual, religion, encantados