REPRESENTAÇÕES DO FEMININO E SUAS VIRTUDES: A LITERATURA DO AMOR CORTÊS E A SANTIDADE
DOI:
https://doi.org/10.55702/medievalis.v3i1.44238Palavras-chave:
Idade Média Central, Amor Cortês, Canonização, Mulher, VirtudesResumo
O presente artigo pretende analisar comparativamente as virtudes femininas apresentadas por dois documentos redigidos na Idade Média Central: o Tratado do Amor cortês, escrito por André Capelão entre os anos de 1186 e 1190, e a Bula de Canonização de Santa Clara de Assis, promulgada pelo papa Alexandre IV em 26 de setembro de 1255. Frutos de um contexto marcado por fenômenos amplamente discutidos pela historiografia, como o renascimento urbano e comercial, as Cruzadas, o surgimento de novas formas de vida em sociedade, bem como o aparecimento de novas crenças e práticas religiosas, os dois documentos apresentam elementos significativos acerca das múltiplas percepções do feminino e das mulheres no período. Objetivamos, com tal comparação, uma apreensão das representações do feminino em um âmbito cultural, personificado na literatura do Amor Cortês, bem como em um plano institucional, a partir da delimitação papal dos atributos enaltecidos como adequados à santidade feminina.