O TRATADO DO AMOR CORTÊS E O COLAR DA POMBA: A SISTEMATIZAÇÃO DE UM IDEAL RELIGIOSO ATRAVÉS DO AMOR

Autores

  • Celia Souza Mestranda do Programa de Pós-Graduação de História Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sob orientação do Prof. Dr. Álvaro Alfredo Bragança Júnior e coorientação do Prof. Dr. Mamede Mustafa Jarouche (USP).

DOI:

https://doi.org/10.55702/medievalis.v3i1.44242

Palavras-chave:

Amor Cortês, Ibn Hazm, André Capelão

Resumo

No conceito de amor cortês podem ser encontrados diversos elementos islamizados: os trovadores do séc. XI não teriam apenas relido o amor platônico e ovidiano aos moldes de seu tempo, como também teriam se apropriado do pensamento islâmico de Al-Andalus sobre a temática do amor para construir toda a imagética da dama, o cavalheiro e o desenrolar amoroso. Esta suposição é corroborada por vários indícios, como o próprio uso do conceito de “amor cortês”, o qual, antes de aparecer no Ocidente Cristão, já era apropriado por poetas e filósofos andalusinos com a mesma compreensão. O próprio poeta cordovês Ibn Dawud (868-909) declarara em sua famosa obra “O Livro da Flor”: “A submissão à amada é a marca natural de um homem cortês”.

Pensando neste aspecto, trago neste artigo uma breve discussão sobre a possível influência da epístola árabe-cordovesa “O Colar da Pomba” de Ibn Hazm do séc. XI, na elaboração de “O Tratado do Amor Cortês” de André Capelão do séc. XII, comparação esta já defendida por diversos pesquisadores ocidentais e orientais, e ainda aberta a maiores problematizações.

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Publicado

2015-09-08

Edição

Seção

Artigos