ENTRE-LINHAS: O USO DA RETÓRICA NA DIPLOMACIA AMARNIANA

Autores

  • Priscila Scoville Doutoranda em História na Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.55702/medievalis.v6i2.44292

Palavras-chave:

Egito, Mitani, Diplomacia, Antigo Oriente Próximo

Resumo

A dinâmica entre diferentes reinos e cidades moldou o Antigo Oriente Próximo, possibilitando a criação de uma rede de contatos que interligava toda a região. Sociedades geograficamente distantes puderam manter relações, que, por sua vez, foram evoluindo e ficando cada vez mais complexas até se tornarem um sistema diplomático. Enquanto tal, regras e costumes foram acordados. Manter uma postura diplomática, porém, requer certo esforço, sendo uma delicada e complexa troca de ameaças e gentilezas. Neste trabalho, busco apresentar os artifícios retóricos utilizados pelo rei Tushratta, de Mitani, em suas correspondências com os faraós Amenhotep III e Akhenaton, do Egito. Para tanto, parto da ideia de que a diplomacia é frágil: precisa de constante manutenção e a prática nem sempre concorda com os tratados estabelecidos. Este tipo de análise nos ajuda a pensar questões psicológicas e interpessoais presentes em argumentos retóricos no discurso de Tushratta. Neste sentido, as Cartas de Amarna (EA17, 19-29) são as fontes ideais para a pesquisa. Escritas a mando de Tushratta e endereçadas aos faraós, as mensagens estão carregadas de arcabouços retóricos, como pretendo apresentar no presente estudo. Com isso, poderemos tentar entender quais são as motivações, os anseios e as preocupações que este rei possuía em relação, não apenas ao Egito, mas, também, aos outros territórios a sua volta.

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Publicado

2019-01-29

Edição

Seção

Artigos