Fonologia do espanhol medieval: evolução das consoantes sibilantes desde o século XIV
DOI:
https://doi.org/10.55702/medievalis.v9i2.44322Palavras-chave:
espanhol medieval, consoantes sibilantes, evolução fonéticaResumo
Este trabalho versa sobre a evolução fonética das sibilantes do espanhol como língua materna nos séculos XIV, XV, XVI e XVII. Baseando-se em pressupostos historiográficos e dialetológicos presentes em Alonso (1953), Menéndez Pidal (1958), Alarcos (1965) e Alvar (1999), faz-se um percurso histórico das sibilantes espanholas, observando os valores fonético-fonológicos das consoantes fricativas [s] e [θ], que caracterizam os fenômenos linguísticos seseo, ceceo e distinção, se em posição silábica inicial (ataque / onset) e heheo, se em posição silábica final (coda). O reajuste das consoantes espanholas, que ocorreu entre os séculos supracitados, foi um processo de evolução fonético-fonológica particular à língua espanhola, que deu origem ao sistema consonântico atual. Em séculos anteriores, já eram perceptíveis, particularmente no quadro das sibilantes, notáveis mudanças fonético-fonológicas, motivadas por elementos extralinguísticos, como fatores socioeconômicos e histórico-geográficos, como a presença híbrida de etnias e culturas diversas (presença islâmica, judaica e cigana), sobretudo em Andaluzia. Assim, tomando como referencial teórico a teoria da difusão lexical de Cheng & Wang (1977) e Wang (1990), em que se estabelece que a mudança sonora afeta o léxico gradualmente, atingindo algumas palavras e outras não; podendo, ou não chegar num estágio em que todo o léxico é atingido, aponta-se que o sistema consonântico espanhol moderno é consolidado no século XVII, após um longo processo de delimitação dessas mudanças sonoras.