FEITICEIRA OU BRUXA? UMA ANÁLISE DA PERSONAGEM MELISANDRE, DE AS CRÔNICAS DO GELO E FOGO SOB A ÓPTICA DAS SAGAS ISLANDESAS
DOI:
https://doi.org/10.55702/medievalis.v11i1.50868Palavras-chave:
sagas nórdicas, feitiçaria, bruxaria, literatura contemporânea.Resumo
O mundo nórdico, assim como outras regiões e períodos, conheceu diversas manifestações de práticas mágicas. Tanto utilizadas para fins domésticos, como em rituais de caráter coletivo, a magia nórdica ao mesmo tempo esteve vinculada tanto à religiosidade pública como privada. Nesse período, a magia era transmitida de maneira hereditária entre as mulheres, o que viria a ser demonizado, mais tarde, a partir do século XIII e XIV na Europa, com o advento da expansão do poder da Igreja Católica. Além disso, essa mesma instituição consegue deturpar a visão acerca da feitiçaria e da bruxaria, tornando-os complexos, até os nossos dias, e de dissociação confusa na literatura contemporânea. A hipótese é a de que as feiticeiras reproduzidas nos romances contemporâneos, mais especificamente As Crônicas do Fogo e do Gelo, na personagem de Melisandre, apresentam características contraditórias ao termo “feiticeira”, utilizado na obra. Aqui, no presente trabalho, tem-se como objetivo identificar as características referentes à feitiçaria nos textos de George R. R. Martin em comparação à construção histórica das feiticeiras nas sagas islandesas.
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