FEITICEIRA OU BRUXA? UMA ANÁLISE DA PERSONAGEM MELISANDRE, DE AS CRÔNICAS DO GELO E FOGO SOB A ÓPTICA DAS SAGAS ISLANDESAS

Autores

  • Thaïs Matos Barbosa Universidade Federal da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.55702/medievalis.v11i1.50868

Palavras-chave:

sagas nórdicas, feitiçaria, bruxaria, literatura contemporânea.

Resumo

O mundo nórdico, assim como outras regiões e períodos, conheceu diversas manifestações de práticas mágicas. Tanto utilizadas para fins domésticos, como em rituais de caráter coletivo, a magia nórdica ao mesmo tempo esteve vinculada tanto à religiosidade pública como privada. Nesse período, a magia era transmitida de maneira hereditária entre as mulheres, o que viria a ser demonizado, mais tarde, a partir do século XIII e XIV na Europa, com o advento da expansão do poder da Igreja Católica. Além disso, essa mesma instituição consegue deturpar a visão acerca da feitiçaria e da bruxaria, tornando-os complexos, até os nossos dias, e de dissociação confusa na literatura contemporânea. A hipótese é a de que as feiticeiras reproduzidas nos romances contemporâneos, mais especificamente As Crônicas do Fogo e do Gelo, na personagem de Melisandre, apresentam características contraditórias ao termo “feiticeira”, utilizado na obra. Aqui, no presente trabalho, tem-se como objetivo identificar as características referentes à feitiçaria nos textos de George R. R. Martin em comparação à construção histórica das feiticeiras nas sagas islandesas.

Referências

1. FONTES PRIMÁRIAS

ANÔNIMO. Saga dos Volsungos. Tradução de Théo de Borba Moosburger. São Paulo: Editora Hedra, 2009

ANONYMOUS. Eirik the Red and Other Icelandic Sagas. Oxford: Oxford English Press, 2009

MAGNUSSON, M.; HERMANN P., transl. 1969. Laxdæla Saga. The Penguin classics. Harmondsworth: Penguin.

MARTIN, George R. R. A Guerra dos Tronos. Tradução Jorge Candeias. São Paulo: Leya, 2012.

MARTIN, George R. R. A Fúria dos Reis. Tradução Jorge Candeias. São Paulo: Leya, 2012.

MARTIN, George R. R. A Tormenta das Espadas. Tradução Jorge Candeias. São Paulo: Leya, 2012.

MARTIN, George R. R. O Festim dos Corvos. Tradução Jorge Candeias. São Paulo: Leya, 2012.

MARTIN, George R. R. A Dança dos Dragões. Tradução Jorge Candeias. São Paulo: Leya, 2012.

2. FONTES SECUNDÁRIAS

BAILEY, M. The Feminization of Magic and the Emerging Idea of the Female Witch in the Late Middle Ages. Essays in Medieval Studies 19, 2002: 120-34. Disponível em http://muse.jhu.edu/journals/ems/summary/v019/19.1bailey.html. Acesso em: 30 de março de 2021.

BYOCK, Jesse L. Viking Age Iceland. London: Penguin Books, 2001.

. The fornaldarsögur: Stephen Mitchell’s contribution. Oral tradition 10 (2), 1995, pp. 451-457. Disponível em: https://journal.oraltradition.org/wp-content/uploads/files/articles/10ii/12_byock_review.pdf Acesso em 10 de janeiro de 2022.

CASTLE, M. J. Wicked witches or worldly women? Gender, power, and magic in medieval literature. Washington: American University, 2005. Disponível em: <http://gradworks.umi.com/14/32/1432679.html> Acesso em: 30 de março de 2021

GINZBURG, C. História noturna: decifrando o sabá. São Paulo: Cia das Letras, 1991.

HARPER, A. The Image of the Female Healer in Western Vernacular Literature of the Middle Ages. Social History of Medicine 24.1 (2011): 108-24. Disponível em: https://etsu.illiad.oclc.org/illiad/pdf/317062.pdf. Acesso em: 30 de março de 2021

JAKÓBSSON, Á. Two wise woman and their young apprentice: a miscarried magic class. A N F 122 (2007), pp. 43-58.

LANGER. J. Galdr e Feitiçaria nas Sagas Islandesas. Brathair 9 (1), 2009, p. 66-90

LANGER. J. História e Sociedade nas Sagas Islandesas: Perspectivas Metodológicas. Disponível em: < https://www.academia.edu/752526/HIST%C3%93RIA_E_SOCIEDADE_NAS_SAGAS_ISLANDESAS_PERSPECTIVAS_METODOL%C3%93GICAS_ALETH%C3%89IA_1_2009> Acesso em: 30 de março de 2021.

LONG, J. Mysticism and Hysteria: The Histories of Margery Kempe and Anna O. Feminist Readings in Medieval English Literature: The Wife of Bath and All Her Sect. Ed. Ruth Evans and Lesley Johnson. London: Routledge, 1994. 88-111.

MARTÍNEZ-OÑA, M. M. El mito de Lilith en la cultura audiovisual: Melisandre de Asshai em Juego de Tronos. In: XII Congreso virtual sobre Historia de las Mujeres, 2020, Jaén

MCGILL. A. Magic and Femininity as Power in Medieval Literature. (2015). Undergraduate Honors Theses. Paper 293

MCKAY. H. The Feminists are Coming: A Critical Analysis of Melisandre and Feminism in Game of Thrones. Relics, Remnants, and Religion: An Undergraduate Journal in Religious Studies: Vol. 3 : Iss. 1 , Article 7, 2018. Available at: https://soundideas.pugetsound.edu/relics/vol3/iss1/7. Acesso em 21 de dezembro de 2021

MILLER, William I. Dreams, Prophecy and Sorcery: Blaming the Secret Offender in Medieval Iceland. Disponível em < https://repository.law.umich.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=2972&amp=&context=articles&amp=&sei-redir=1&referer=https%253A%252F%252Fscholar.google.com.br%252Fscholar%253Fhl%253Dpt-BR%2526as_sdt%253D0%25252C5%2526q%253Dnorse%252Bsorcery%252Bin%252Bsagas%2526btnG%253D#search=%22norse%20sorcery%20sagas%22>. Acesso em: 30 de março de 2021

MITCHELL. S. Learning Magic in Sagas. Disponível em < http://sagaconference.org/SC11/SC11_Mitchell.pdf> Acesso em: 31 de março de 2021

MITCHELL, S. Magic as Acquired Art and The Ethnographic Value of the Sagas. In Old Norse Myths, Literature and Society. Ed. Margareth Clunies-Ross. The Viking Collection Studies in the Northern Civilization 14. Viborg: University Press of Southern Denmark. 2003. Pp. 132-52.

MITCHELL. S. Warlocks, Valkyries and Varlets: a Prolegomenon to the Study of the North Sea Witchcraft Terminology. Disponível em < https://www.academia.edu/1963848/Warlocks_Valkyries_and_Varlets_A_Prolegomenon_to_the_Study_of_North_Sea_Witchcraft_Terminology> Acesso em: 01 de abril de 2021

MITCHELL. S. Nordic Witchcraft in Transition: Impotence, Heresy, and Diabolism in 14th-century Bergen. Scandia. Tidskrift för historisk forskning, vol. 63, no. 1, pp. 17-33, 1997. Disponível em: <https://www.academia.edu/1964146/Nordic_Witchcraft_in_Transition_Impotence_Heresy_and_Diabolism_in_14th_century_Bergen> Acesso em: 01 de abril de 2021

MOOSBURGER, Théo de Borba. Posfácio. Três sagas islandesas. Curitiba: Editora da UFPR, 2007, pp. 125-137.

MUÑOZ, L. S.; HERRANZ, R. R.. El concepto de matriarcado: uma revisión crítica. ArqueoWeb 7 (2), 2005, pp. 1-29. Disponível em: https://webs.ucm.es/info/arqueoweb/pdf/7-2/rodriguez.pdf. Acesso em 10 de janeiro de 2022.

NOGUEIRA, C. R. F. Bruxaria e história: as práticas mágicas no Ocidente cristão. Bauru: Edusc, 2004

OGILVIE, A. J.; PÁLSSON, G. Weather and witchcraft in the sagas of icelanders. In: 13th International Saga Conference, Durham University, 2006.

OLIVEIRA. J. B. Aventura e Magia no Mundo das Sagas Islandesas. Brathair 9 (1), 2009: 38-65

PEREIRA, R. C. M. Práticas de magia e personagens mágicas nas fontes eclesiásticas do Ocidente Medieval. Politeia 1 (1), 2001, pp. 69-87. Disponível em: http://www.uesb.br/politeia/v1/artigo_04.pdf Acesso em 05 de janeiro de 2022.

RIVENBARK. S. E. Ek skal hér ráða”: themes of female honor in the Icelandic sagas. Disponível em: < https://libres.uncg.edu/ir/asu/f/Rivenbark,%20Susan_2011_Thesis.pdf> Acesso em: 03 de abril de 2021

ROSS, M. C. The Cambrigde Introduction to The Old Norse-Icelandic Saga. Cambridge: CUP, 2010.

Downloads

Publicado

2022-11-11

Edição

Seção

Artigos