Do Latim à gramatização da língua portuguesa
a língua como companheira do império
DOI:
https://doi.org/10.55702/medievalis.v13i1.66166Palavras-chave:
Palavras-chave: Gramatização; Ideário Linguístico; Política; Latim; Língua.Resumo
O presente artigo tem o objetivo de analisar o processo de gramatização do vernáculo português, ocorrido durante o Renascimento, e a sua relação com o ideário linguístico do emergente reino de Portugal, a saber, de que a língua é companheira do império. De fato, pretendemos discutir a relação entre dominação política e a imposição da língua, questão que tem fomentado estudos no âmbito da Historiografia da Linguística, Política e Contato Linguístico. Para esse fim, tencionamos traçar um breve histórico sobre o período de ascensão e declínio do Império Romano na Península Ibérica, com o intuito de entendermos a história do estabelecimento do vernáculo português como língua de cultura, processo iniciado por meio da sua gramatização, em 1540 com a publicação da Grammatica da Língua Portuguesa de João de Barros (1496 – 1570). Pretendemos, portanto, traçar o percurso do latim, desde a chegada dos romanos na Península Ibérica no século III a.C., perpassando a chegada dos árabes, o movimento de Reconquista, acarretando a expansão do território português em direção ao sul, e, subsequentemente. o estabelecimento do vernáculo português.
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