Educação e Metafísica
O Papel da Separatio de Tomás de Aquino e a Descoberta do Sujeito da Metafísica
DOI :
https://doi.org/10.55702/medievalis.v13i2.66439Mots-clés :
Tomás de Aquino, Separatio, Abstractio, Metafísica, Ciências EspeculativasRésumé
Explora a noção de separatio em Tomás de Aquino (1224-1274), especialmente no contexto do Comentário ao De Trinitate de Boécio. A questão central é se a separatio desempenha um papel na descoberta do sujeito da metafísica. Tomás de Aquino discute as operações do intelecto humano que contribuem para a constituição dos gêneros sujeitos das três ciências especulativas: a separatio, a abstração e a universalidade. O artigo analisa diferentes interpretações da questão, destacando as contribuições de Louis-Bertrand Geiger (1906-1983), John Wippel (1933-2023) e Jan Aertsen (1938-2016), cada uma abordando o papel da separatio e do juízo no contexto metafísico. Geiger argumenta que a metafísica requer a demonstração da existência de entidades imateriais, enquanto Wippel e Aertsen oferecem perspectivas alternativas. Apresenta ainda duas leituras distintas sobre o papel do juízo na metafísica de Tomás de Aquino: a leitura de Jacques Maritain (1882-1973), que enfatiza o “realismo crítico” e a intuição intelectual, e a leitura de Henrique C. de Lima Vaz (1921-2002), que foca no dinamismo intelectual e na afirmação do ser, dialogando com a filosofia transcendental. Finalmente, o artigo discute a importância do juízo negativo ou separatio na descoberta do sujeito da metafísica, analisando a complexidade da noção de ente e a relação entre a abstração e o juízo existencial, destacando as contribuições de J. Maritain e H. De Lima Vaz para a compreensão contemporânea do pensamento de Tomás de Aquino.
Références
Referências
AERTSEN, J. A. Medieval Philosophy and the Transcendentals: The case of Thomas Aquinas. Leiden: E. J. Brill, 1996.
ALVES, A. M. R.& SOUSA, L.C.S. Educação na Idade Média: Distinção e ordem das ciências especulativas no Comentário de Santo Tomás ao De Trinitate de Boécio. Revista Medievalis, v. 13, n.1, p. 1-17, 2024.
AQUINO, T. de. Expositio super librum Boethii De Trinitate. Leiden: E. J. Brill, 1959.
CORETH, E. Metaphysik: eine methodisch-systematische Grundlegung. Innsbruck-Wien-München: Tyrolia, 1964.
FABRO, C. La Svolta Antropologica di Karl Rahner. Milano: Rusconi Editori, 1974.
FLOUCAT, Y. Présence de Márechal dans le thomisme français. In: P. GILBERT (Org.) Au Point de Départ: Joseph Maréchal entre la critique kantienne et l’ontologie thomiste. Bruxelles: É. Lessius, 2000. p. 253-263.
GARRIGOU-LAGRANGE, R. Le Réalisme du Principe de Finalité. Paris: Desclée et C, 1932.
GEIGER, L. -B. Abstraction et séparation d’après s. Thomas In de Trinitate, q. 5, a. 3. In: Revue des sciences philosophiques et théologiques, p. 3-40. 1947.
GILSON, É. Il Réalismo, metodo della filosofia. Roma: Leonardo da Vinci, 2008.
—. Being and Some Philosophers. Toronto, 1952.
—. Réalisme Thomiste et Critique de la Connaissance. Paris: J. Vrin, 1947.
LOTZ, J. Das Urteil und das Sein: Grundlegung der Metaphysik. Pullach: Verlag Berchmanskolleg, 1957.
MARÉCHAL, J. Le Dynamisme intellectuel dans la connaissance objective. In: Mélanges Joseph Maréchal, Paris: Desclée, 1950, p. 75-101.
—. Le Point de départ de la Métaphysique. Leçons sur le développement historique et théorique du probléme de la connaissance. Cahier I: De l’antiquité a la fin du Moyen Age: La critique ancienne de la connaissance. Paris: Desclée, 1964.
—. Le Point de départ de la Métaphysique. Leçons sur le développement historique et théorique du probléme de la connaissance. Cahier IV: Le système idéaliste chez Kant et les postkantiens. Paris: Desclée, 1947.
—. Le Point de départ de la Métaphysique. Leçons sur le développement historique et théorique du probléme de la connaissance. Cahier V: Le thomisme devant la Philosophie Critique. Paris: Desclée, 1949.
MARITAIN, J. A Filosofia Moral: Exame histórico e crítico dos grandes sistemas. Rio de Janeiro: AGIR, 1973.
—. Court Traité de l’Existence et de l’Existant. Hartmann, 1947.
—. Distinguer pour Unir ou Les Degrés du Savoir. 5ª. ed. Paris: Desclée De Brouwer,1946.
—. La vie proprie de l’intelligence et l’erreur idéaliste. Revue Thomiste, 1924: 268-313.
PORRO, P. Tomás de Aquino: Um perfil histórico-filosófico. São Paulo: Loyola, 2014.
POSSENTI, V. Il Realismo e la Fine della Filosofia Moderna. Roma: Armando, 2016.
—. L’opzione per il realismo. In: Incontrare L’Esistenza: Jacques Maritain e la metafisica. Roma: Studium, 2023.
POSSENTI, V. L’universo della conoscenza e la differenziazione dei saperi. In: Incontrare L’Esistenza: Jacques Maritain e la metafisica. Roma: Studium, 2023.
—. Intellectual Intuition, ‘Anticipation’, and Judgment in Karl Rahner. In: Nihilism and Metaphysics: The Third Voyage, 2014: 326.
—. Ritorno all’Essere: Addio alla metafisica moderna. Roma: Armando, 2019.
PROUVOST, G. Thomas d’Aquin et les thomismes: Essai sur l’histoire des thomismes. Paris: Les Éditions du Cerf, 1996.
RAHNER, K. Geist in Welt: zur Metaphysik der endlichen Erkenntnis bei Thomas von Aquin. Pullach: Verlag Berchmanskolleg, 1957.
—. Hörer des Wortes: Zur Grundlegung einer Religionsphilosophie. München: Kösel, 1963.
TONQUÉDEC, J. de. Critique de la Connaissance. Paris: Beauschesne, 1929.
VAZ, H. C. DE LIMA.. Escritos de Filosofia VII: Raízes da Modernidade. São Paulo: Loyola, 2012.
VAZ, H. C. DE LIMA. Método e Dialética. In: E. F. BRITO & L. H. CHANG (Orgs.) Filosofia e Método. São Paulo: Loyola, 2002, p. 9-17
VAZ, H. C. DE LIMA. Tomás de Aquino: Do ser ao absoluto. In: Escritos de Filosofia III: Filosofia e cultura. São Paulo: Loyola, 1997, p. 283-342.
WIPPEL, J. Metaphysics and Separatio in Thomas Aquinas. In: Metaphysical Themes in Thomas Aquinas. Washington, D.C: The Catholic University of America Press, 1984, p. 69-104.
—. The Metaphysical Thought of Thomas Aquinas: From Finite Being to Uncreated Being. Washington, D.C: The Catholic University of America Press, 2000.
Téléchargements
Publié-e
Numéro
Rubrique
Licence
© Anderson Machado Rodrigues Alves, Luís Carlos Silva de Sousa 2024

Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.