Loucas, santas, hereges: faces do feminino em Agustina Bessa-Luís
DOI:
https://doi.org/10.35520/metamorfoses.2019.v16n2a38188Palavras-chave:
Literatura, Feminino, Gênero, ReligiãoResumo
A Monja de Lisboa, romance histórico de Agustina Bessa-Luís publicado em 1985, tem como protagonista a freira Maria de Menezes, mais conhecida como Maria da Visitação, nome que adotara ao entrar para a vida religiosa. A freira afirmava que Cristo lhe aparecia regularmente e a visitava em sua cela, deixando-lhe chagas pelo corpo como marcas de sua aparição, além de colocar em sua testa sinais da coroa de espinhos. Quando a fraude foi supostamente descoberta, a religiosa foi julgada pelo tribunal da Inquisição. Muito mais do que um romance com contornos históricos oscilando entre a santidade, o desejo místico e o anseio de projeção social, A Monja de Lisboa estrutura-se a partir da dúvida acerca dos estigmas que teriam acometido a religiosa, numa reflexão acerca dos mecanismos de controle social e do papel da Igreja, com suas atribuições e influências na esfera do poder. A narrativa revela-se um poderoso retrato do Convento da Anunciada e do papel da mulher no Portugal do século XVI, e o presente artigo tem por objetivo uma análise da protagonista à luz dos arquétipos da louca, da mártir e da santa, faces recorrentes da mulher de então.Downloads
Publicado
2020-09-22
Edição
Seção
Dossiê
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