Para ler o espaço-paisagem de Finisterra
DOI:
https://doi.org/10.35520/metamorfoses.2021.v18n2a45713Palavras-chave:
Finisterra, Carlos de Oliveira, Paisagem, Espaço, Perspectiva.Resumo
A produção narrativa de Carlos de Oliveira, poeta e ficcionista cujo centenário de nascimento é no presente ano celebrado, erige-se sobre alguns motivos recorrentes, que persistem desde Casa na duna (1943), romance de estreia do autor. É o caso da tematização da paisagem enquanto correlato existencial de personagens à beira da ruína afetiva, moral e material. Entretanto, no seu último romance, Finisterra. Paisagem e Povoamento (1978), esse motivo converte-se também em dominante epistemológica. Nessa aproximação, um recorte de minha dissertação de mestrado, proponho-me a elucidar a especificidade desse espaço romanesco segundo a sistematização dos níveis espaciais proposta por Marie-Laure Ryan, Kenneth Foote e Maoz Azaryahu (2016). Meu intuito é demonstrar que espaço e perspectiva são nesse romance indissociáveis e que a paisagem, enquanto espaço perspectivado, é categoria donde emana menos a postulação duma realidade sócio-histórica do que o questionamento das (im)possibilidades da percepção e da ficção.
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