Identidades imperfeitas e desencontradas

Autores

  • Maria de Fátima Marinho

DOI:

https://doi.org/10.35520/metamorfoses.2021.v17n2a47286

Resumo

Os romances de Saramago jogam sempre com os problemas da identidade, mesmo quando, aparentemente, se anunciam assuntos que parecem afastar-se dessa inegável realidade. As buscas ou as asserções, irónicas, quando não, sarcásticas e mordazes, percorrem o universo discursivo do autor, que se compraz na análise híper-minuciosa de detalhes grotescos e, aparentemente, insignificantes. Serão, no entanto, esses detalhes, como já tive ocasião de demonstrar (Marinho, 2009), que terão um papel fundamental no labirinto identitário que se tece indireta e dissimuladamente. O nosso estudo debruçar-se-á sobre dois tipos de identidade: a individual e a coletiva. No primeiro ponto, daremos alguma atenção a passagens que, ainda que timidamente, levantam o véu da instabilidade identitária; na busca incessante de uma identidade perdida, Saramago dá também atenção à identidade nacional e a todos os avatares de que ela se pode revestir: a identidade nacional é, assim e antes de mais, a dos indivíduos que para ela concorrem e a da conjuntura que a legitima.

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Publicado

2022-01-04