Ensaio sobre a cegueira: por outros modos de existência

Autores

  • Leandro Augusto do Amaral

DOI:

https://doi.org/10.35520/metamorfoses.2021.v17n2a47287

Resumo

José Saramago ao escrever o Ensaio sobre a cegueira coloca para avançar pela literatura algumas linhas de pensamento estranhamente potentes. O presente trabalho buscou analisar essas linhas e os circuitos flutuantes por elas produzidos, para tanto, a obra foi lida com a ajuda de tantas outras lentes: pensadores de diversos campos do conhecimento que serão convocados na busca por sintonizar o Ensaio como um manifesto pelas formas de vida autêntica. É bem verdade que há uma humanidade bem constituída: absorvida em amálgamas tecnológicas, treinada em maquinários políticos – mas o que a humanidade faz quando deixa de ser humanidade? É disto que o Ensaio trata – o que faz o homem quando ser homem é uma estepe vazia. No Ensaio, a precipitação do humano como um campo de intensidades disjuntas cruas ocorre por força impiedosa: a cegueira universal. Cega, a humanidade terá dois caminhos: tentar recolher a poeira das ruínas do homem ou pensar novas formas de se viver. Todos os ventos serão lâminas e todas as paredes serão masmorras. O belo e o positivo serão o que são: forças de uma natureza indomável. O Ensaio sobre cegueira pode ser lido como a narrativa da dolorosa jornada de uma não-humanidade pela criação de outros modos de existência.

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Publicado

2022-01-04