Crítica e resistência cultural em José Saramago: uma contranarrativa ao discurso de/do poder

Autores

  • Gislene Teixeira Coelho

DOI:

https://doi.org/10.35520/metamorfoses.2021.v17n2a47293

Resumo

Este artigo levanta uma discussão em torno do esvaziamento do legado de experiências humanas em tempos pós-modernos, em que o descoletivismo, o desengajamento e o artificialismo desestimulam o processo comunicativo e de trocas, e autorizam a entrada de um discurso hegemônico. Para tanto, A caverna, de José Saramago, conduz uma leitura crítica dos desdobramentos de poder nos espaços socioculturais pós-modernos, em que a lógica dominante do capitalismo abafa a diversidade de manifestações e produções humanas. No conluio de forças, escrita e ciência são manipulados como importantes instrumentos de imposição pelo poder, que agem como elementos fomentares de segregação, esquecimento e hegemonização. Ambos norteiam as realizações dos centros de poder, que, fidelizados às condições pós-modernas, concentram a movimentação financeira, cultural, política e científica. O Centro, assim nomeado por Saramago em seu romance, instiga uma aproximação crítica com as diversas formações humanas que impõem suas regras e modelos culturais e sociais, contra os quais se levantam espaços alternativos de resistência para fazer frente às ações de subordinação e menorização.

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Publicado

2022-01-04