Fernando Pessoa, leituras do inacabamento
Karen Cristina Teixeira Pellegrini, Annita Costa Malufe
Resumo
O intuito do presente artigo é pensar de que forma as publicações feitas a partir do espólio de Fernando Pessoa acabam por apagar as marcas do texto pessoano, que pela escolha de seus editores se torna um texto mais coeso do que aquele deixado pelo autor. Discute-se o fato de que o inacabamento, que faz parte da construção do texto pessoano, foi deixado de lado naquelas edições que não são edições críticas, e que essa busca por uma homogeneidade acaba prejudicando a condição de multiplicidade implicada na obra do autor. A partir da leitura do editor de Pessoa, Jerónimo Pizarro, e de autores como Zumthor, Deleuze e Nietzsche, busca-se estabelecer a importância de uma leitura de Pessoa atenta à performance do texto pessoano, que considere a heterogeneidade de seu espolio, em que cada seleção de um editor seja uma possibilidade de multiplicar sua obra e não reduzi-la. Assim, será preciso olhos de filólogo nietzschiano para se ter a prudência necessária para adentar na arca do poeta.
DOI:
https://doi.org/10.35520/metamorfoses.2021.v1n18a51004
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