Sereia aluada, cometa d'água: sobrevidas surrealistas em Portugal
DOI:
https://doi.org/10.35520/metamorfoses.2022.v19n2a57108Palavras-chave:
Sereia, Ninfa, História, sobrevivência, surrealismoResumo
O texto pensa a inquietante relação dos surrealistas portugueses com a História, a partir de uma articulação entre a Sereia, figura que surge inesperada em poemas e telas que formam uma constelação surrealista em Portugal, e a Ninfa, personagem alegórica que encarna a Nachleben [sobrevivência] nos textos de autores como Aby Warburg e Georges Didi-Huberman. Essas figuras femininas traiçoeiras e metamorfoseantes nos ajudam a pensar histórias que se desdobram de forma não-linear e se realizam por saltos temporais, presenças fantasmáticas e acidentes anacrônicos. Este parece ser o caso do surrealismo português, que é sempre lembrado de sua condição “tardia” quando pensamos numa História da literatura ou da arte portuguesa que se apoia num modelo tradicionalmente cronológico e linear. Sobretudo em seus textos críticos sobre Maria Helena Vieira da Silva, Mário Cesariny revela traços de uma teoria da história que fundamenta sua atuação e nos abre para outros olhares sobre a intervenção surrealista em Portugal, de modo que privilegiamos aqui o diálogo entre esses poetas.
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