Vanguarda e crítica social em Marco Zero, de Oswald de Andrade
Resumo
O ano de 1933 marca uma mudança de rumo na trajetória de Oswald de Andrade. Sob nova orientação ideológica, após aderir dois anos antes ao Partido Comunista, o escritor assume também uma nova concepção acerca do papel do intelectual na sociedade e passa a produzir obras comprometidas com os problemas do país. Durante a década de 1930, publica três peças teatrais nessa linha e se dedica ao projeto do romance mural Marco Zero (iniciado em 1933), com o qual busca produzir uma literatura participativa e crítica ao desenvolvimento do capitalismo no Brasil. Para a realização do romance, sem abrir mão das conquistas de técnicas e procedimentos artísticos do Modernismo, Oswald se apoia nas vanguardas de orientação socialista (dentre as quais o Futurismo Russo), que articulavam pesquisa estética e concepções ideológicas revolucionárias e davam um sentido social e político à arte, entendida como instrumento para a construção do futuro. A partir de uma perspectiva criticamente armada, o romance representa as contradições do processo de modernização capitalista em curso no Brasil nas primeiras décadas do século XX.
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