A noite, a cegueira e o desenho em A paixão segundo G.H.

Autores

  • Amanda Dib da Silva de Almeida Ferreira

DOI:

https://doi.org/10.35520/metamorfoses.2022.v19n2a60815

Resumo

O romance A paixão segundo G.H., 1964, de Clarice Lispector, traz figurações da noite e da cegueira quando se engendra por uma escrita cifrada. O saber e a certeza estão destituídos do relato engendrado pela narradora G.H., que evoca constantemente palavras que contornam o campo da possibilidade. Este artigo também se debruça em Memórias de cego: o auto-retrato e outras ruínas, 1991, de Jacques Derrida. O ponto que os aproxima, além da linguagem, está na inscrição do desenho: Derrida traz desenhos que contornam a cegueira e Janair, mulher que trabalhara como empregada doméstica no apartamento de G.H., deixa um desenho traçado no mural do quarto de empregada. A partir dele, engendra-se o jogo entre o visível, a visibilidade e o invisível. Assim, o objetivo deste artigo é ler a linguagem sob a dimensão da cegueira em A paixão segundo G.H. a partir de Memórias de cego: o auto-retrato e outras ruínas.

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Publicado

2023-10-20