Carnavalização da Revolução em Fado Alexandrino, de António Lobo Antunes
DOI:
https://doi.org/10.35520/metamorfoses.2024.v21n01a62346Resumo
RESUMO:
Fado Alexandrino de António Lobo Antunes é um dos raros romances pós-25 de Abril que encena personagens em contato direto com o evento: o dia do golpe de estado e o período revolucionário consequente não apenas são expressa e demoradamente referidos através das reações das personagens, como também são ironicamente tratados através de processos de carnavalização, o autor redobrando assim o movimento de contraversão, tanto a nível narrativo quanto temático. Tecendo um discurso satírico que desconstrói o mito criado na altura acerca dos heróis da Revolucão, o autor faz de cinco militares que, num jantar comemorativo, se rememoram os dez anos após o seu regresso da guerra colonial, espécies de bonifrates ultrapassados pelas circunstâncias, perdidos na confusão político-social dos meses a seguir o derrube do regime salazarista. Este artigo analisa como, neste romance, a imagem da euforia popular e a gravidade do momento são subvertidas através do aproveitamento do burlesco, do grotesco e do absurdo que descreditam o momento histórico.
PALAVRAS-CHAVES:
António Lobo Antunes, metaficção historiográfica, revolução, sátira, carnavalização.
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