Poéticas do silenciamento no romance O Retorno de Dulce Maria Cardoso
DOI:
https://doi.org/10.35520/metamorfoses.2024.v21n01a62797Resumo
Uma das grandes conquistas da Revolução dos Cravos foi, sem dúvida, a liberdade de expressão. Ora, com o intuito de homenagear esse marco da História de Portugal e ampliar o espectro da palavra que o 25 de abril libertou, propomo-nos voltar a um episódio sobre o qual paira ainda um certo silêncio: o “retorno” de colonos portugueses, residentes em África, após o processo de descolonização. Através do romance O Retorno de Dulce Maria Cardoso, compreenderemos de que modo esse momento instaurou, naqueles que chegaram a Portugal, uma tendência para o silenciamento. Para tal efeito, o nosso contributo contará com três partes, a saber: uma primeira, na qual serão apresentadas informações históricas sobre o período, e os seus antecedentes, que o livro da escritora portuguesa retrata (o ano de 1975); uma segunda, na qual nos concentraremos nas passagens da obra em que o silêncio vem representado; uma terceira, na qual procuraremos estabelecer um paralelismo entre a dimensão individual (a dos protagonistas) e a dimensão coletiva (a da sociedade portuguesa) d’O Retorno, defendendo que os quatro personagens principais podem ser tidos por quatro retratos diferentes de um Portugal pós-revolução: um Portugal colonial, um Portugal saudoso, um Portugal encoberto e um Portugal renovado.
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