A Gênese Cultural da Real Academia Militar Brasileira

Autores

  • André Luiz dos Santos Franco

Palavras-chave:

Real Academia Militar, Rodrigo de Souza Coutinho, Estrutura militar.

Resumo

O cerne temático deste artigo repousa na influência da Real Academia Militar na formação e estruturação do pensamento belicista do Exército Brasileiro. O viés empírico para constatação de tal assertiva foi alicerçado na criação desta Academia Militar em terras brasílicas, em 1810, particularizando as idiossincrasias dos seus estatutos e regulamentos, cujo principal objetivo foi projetar o poder da coroa lusitana na sua mais expressiva colônia. Nesse sentido, aborda-se o pensamento do ministro dos negócios estrangeiros e da guerra de Portugal, Rodrigo de Souza Coutinho, durante a sua permanência no Brasil, quando da vinda da família real. Sua principal incumbência foi forjar um exército na colônia, como forma de manter nas mãos da corte o monopólio da violência. Para o ministro português, um exército tinha seu valor balizado pelo valor dos seus oficiais e dos seus comandantes. Assim, a Real Academia Militar foi criada tanto como um instituto formador de oficiais para o exército colonial como um estabelecimento de ensino de engenharia. Ao longo deste artigo, descortina-se o fato da Real Academia ter a dupla missão de atender as necessidades militares e os reclamos dos serviços públicos civis, pois a colônia necessitava de um corpo de engenheiros capaz de diminuir as distâncias e aumentar seu poder infraestrutural. O nascimento dessa contradição entre formações militar e de engenharia dentro do mesmo estabelecimento de ensino bélico impregnou as fileiras do Exército Brasileiro por mais de um século, justificando a relevância do estudo dessa temática na história militar de Portugal e do Brasil.

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Publicado

2020-04-13

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Artigos