A relação empresarial-militar entre Brasil e Estados Unidos no golpe de 1964
Palavras-chave:
Golpe de 1964, Empresariado e política, Relações Brasil-Estados UnidosResumo
Nosso objetivo no presente artigo é desenvolver a rede de relações criadas entre militares e o empresariado brasileiro e norte-americano em geral, no âmbito da coalizão classista civil-militar construída na década de 1960 com a finalidade de derrubar o governo de João Goulart e o próprio regime da Constituição de 1946. Esta dinâmica será analisada a partir da interação entre empresários e militares durante o período de atuação da Aliança para o Progresso, destacando o trabalho conjunto dos órgãos de informação do governo norte-americano, os comitês empresariais norte-americanos e os congêneres nacionais, buscando recuperar o desenho dessa rede de informantes das agências norte-americanas no Brasil. Tal rede, formada por militares, como o adido militar da embaixada brasileira Vernon Walters e o futuro presidente general Humberto Castelo Branco, e por empresários, como Paulo Ayres Filho, fundador do IPES, foi fator determinante para a construção do golpe civil-militar de 1964
Referências
Arquivo Paulo Ayres Filho (depositado no Centro de Pesquisa e Documentação em História do Brasil da Fundação Getúlio Vargas – CPDOC/FGV)
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