GREGOS E BÁRBAROS NO POLÍTICO DE PLATÃO

Luisa Buarque

Resumo


No passo 262d1-3 do diálogo Político de Platão, o Estrangeiro de Eleia adverte seu jovem interlocutor a respeito daquilo que, segundo ele, constitui um erro comum entre os atenienses: “tomar a raça helena por uma unidade distinta de todo o resto, ao passo que ao conjunto das outras raças (que são inúmeras, distintas umas das outras e não falam a mesma língua), atribuir uma designação única, bárbaros”. Além da evidente crítica ao etnocentrismo de tal hábito, perpassa a fala da personagem outro tema politicamente relevante, a saber, o problema das concepções envolvidas em cada designação que por costume utilizamos. Esse é, aliás, um assunto recorrente nos dois diálogos platônicos protagonizados pelo Estrangeiro de Eleia: em que medida as palavras correspondem às coisas designadas? Até que ponto podemos confiar em nossa linguagem comum ao empreendermos uma investigação? Que compreensões estão embutidas nos nomes que empregamos? Perguntas tais como essas vêm necessariamente à mente do leitor dessas obras. Questões que, não por acaso, são suscitadas por um estrangeiro anônimo, conhecido apenas por sua procedência. São esses os temas que pretendo explorar neste artigo, a partir de uma análise minuciosa do trecho aludido.


Palavras-chave


política; linguagem; categorias sociais; etnocentrismo; antropocentrismo.

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DOI: https://doi.org/10.26770/phoinix.v24.n5

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