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Darcy Ribeiro na Amazônia paraense: análise das pesquisas em um Programa
de Pós-Graduação em Educação
Huber Kline Guedes Lobato
1
*, Anderson Portal Ferreira
2
**
e João Colares da Mota Neto
3
***
Resumo: Este artigo é oriundo da seguinte problemática: como o pensamento de Darcy Ribeiro vem
sendo pesquisado, estudado e discutido na Amazônia brasileira e quais pesquisas no âmbito de um
Programa de Pós-Graduação em Educação trazem os pressupostos teóricos de Darcy? O objetivo
consiste em analisar as dissertações que trazem aspectos conceituais embasados em Darcy Ribeiro
em um Programa de Pós-Graduação em Educação de uma universidade pública do estado do Pará.
Trata-se de uma pesquisa bibliográca com um corpus constituído de oito dissertações de mestrado.
Os resultados apontam que as pesquisas na Amazônia paraense: citam obras de Darcy Ribeiro sem
desenvolvê-las; trazem outros autores para criticar Darcy; apresentam Darcy em algumas notas e
citações; trazem reexões críticas sobre os estudos de Darcy Ribeiro. Conclui-se que a educação na
Amazônia, sobretudo na Amazônia Paraense, precisa de mais estudos e pesquisas sobre Darcy.
Palavras-chave: Darcy Ribeiro. Amazônia Paraense. Educação.
Resumen: Este artículo tiene el problema: ¿cómo se ha investigado, estudiado y discutido el pensamiento
de Darcy Ribeiro en la Amazonía brasileña y qué investigaciones en el ámbito de un Programa de
Posgrado en Educación traen los supuestos teóricos de Darcy? El objetivo es: analizar las disertaciones
que traen aspectos conceptuales basados en Darcy Ribeiro en un Programa de Posgrado en Educación
en una universidad pública del Estado de Pará. Se trata de una investigación bibliográca con corpus de
ocho disertaciones de maestría. Los resultados indican que investigaciones en la región amazónica de
Pará: citan obras de Darcy Ribeiro sin desarrollarlas; llevar a otros autores a criticar a Darcy; presentar
a Darcy en algunas notas y citas; aportar reexiones críticas sobre los estudios de Darcy Ribeiro. Se
concluye que: la educación en la Amazonía, especialmente en la Amazonía de Pará, necesita más
estudios e investigaciones sobre Darcy.
Palabras-clave: Darcy Ribeiro. Pará Amazonas. Educación.
Abstract: is article shows the following question: how has Darcy Ribeiros thought been researched,
studied and discussed in the Brazilian Amazon and which studies from a Graduate Program in Education
* Doutorando e Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade
do Estado do Pará (UEPA). Professor Efetivo da Universidade Federal do Pará (UFPA).
** Professor Efetivo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA). Doutorando
em Educação pela Universidade do Estado do Pará e Mestre em ensino de Matemática pela Universidade
do Estado do Pará;
*** Professor da Universidade do Estado do Pará (UEPA), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em
Educação e à Licenciatura em Pedagogia. Realizou investigações de pós-doutoramento na Universidad
de Sevilla e na Universidad de Málaga, Espanha, onde também atuou como professor visitante. Doutor
em Educação pela Universidade Federal do Pará (UFPA)
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bring Darcy’s theoretical framework? e objective is to analyze the dissertations that bring concepts
present in Darcy Ribeiros work in a Postgraduate Program in Education of a public university in the
state of Pará. is is a bibliographic research with a corpus with eight masters dissertations. e results
indicate that studies in the Amazon region of Pará cite Darcy Ribeiros publications without developing
them; bring in other authors to criticize Darcy; feature Darcy in some notes and quotes; show criticism
of Darcy Ribeiros studies. It is concluded that education in the Amazon, especially in the Pará Amazon,
needs more studies and research on Darcy.
Keywords: Darcy Ribeiro. Pará Amazon. Education.
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Introdução
A intenção de investigar o impacto do pensamento de Darcy Ribeiro na produção
de pesquisas na Pós-Graduação stricto sensu na Amazônia Paraense, assim como
as formas de apropriação de seu pensamento em dissertações de mestrado em
educação, delimitam a problematização que gerou este estudo. A ideia é perceber
se há aprofundamento crítico acerca da vasta obra de Darcy na pós-graduação,
particularmente na Amazônia.
O pensamento de Darcy Ribeiro é amplamente discutido nas ciências sociais e
em diversas esferas educacionais, sobretudo no âmbito de uma educação voltada às
pessoas indígenas; um pensamento fortemente marcado pela trajetória e luta política
e pelas pesquisas e produções de um antropólogo, um educador, um escritor, um
intelectual que conhecia, de fato, a realidade do povo brasileiro.
Assim, designamos como relevante compreender a conguração do pensamento
de Darcy Ribeiro na produção cientíca de um programa de Pós-Graduação em
Educação. Isso requer perceber como essa produção lida com os conhecimentos
cientícos e losócos relacionados às principais obras desse autor. Nossa pretensão
é, ainda, enxergar se as pesquisas que citam esse autor apresentam um debate crítico
sobre seu pensamento e/ou revelam desdobramentos para a construção de outras
perspectivas teóricas para a educação.
É válido pontuar que a produção deste trabalho foi instigada pelas discussões
realizadas na disciplina Teoria Social e Educação do Programa de Pós-Graduação
em Educação (PPGED) da Universidade do Estado do Pará (UEPA). A disciplina
foi desenvolvida de forma remota no período de 26/04 a 14/05 de 2021. Na referida
disciplina, dialogamos sobre as diferentes abordagens sociológicas acerca da sociedade
e da educação, em especial a contribuição do pensamento social e educacional latino-
americano, com ênfase no pensamento brasileiro e amazônico.
Nesse sentido, foi-nos proposto estudar o pensamento de Darcy Ribeiro, que foi
um educador renomado, um antropólogo, um historiador, um sociólogo escritor e
político brasileiro, conhecido por seu foco na vida dos povos indígenas e na educação
no Brasil. As reexões de Darcy Ribeiro centralizam os contrastes existentes entre as
américas, sobretudo a existência de uma riqueza para poucos e uma pobreza para
muitos.
Uma das obras que contribuíram com a nossa aproximação ao pensamento de
Darcy Ribeiro foi O Povo Brasileiro. No tópico em que o autor situa historicamente
o Brasil caboclo, assim destaca a Amazônia: “A oresta vem sendo atacada em toda
a sua orla e também desde dentro num movimento demográco poderoso, movido
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por fatores econômicos e ecológicos” (RIBEIRO, 1995, p. 306). Esse ataque ainda
ocorre ferozmente nos dias atuais, por isso, reiteramos a relevância de se estudar o
pensamento de Darcy Ribeiro.
A partir das palavras, reexões e preocupações de Darcy com a Amazônia,
nos questionamos: como o pensamento de Darcy Ribeiro vem sendo pesquisado,
estudado e discutido na Amazônia brasileira e quais pesquisas no âmbito de um
Programa de Pós-Graduação em Educação trazem os pressupostos teóricos de
Darcy? Assim, objetivamos: analisar as dissertações que trazem aspectos conceituais
embasados em Darcy Ribeiro em um Programa de Pós-Graduação em Educação de
uma universidade pública do estado do Pará.
Darcy Ribeiro nasceu em Montes Claros (MG) em 1922. Exerceu a função de
escritor, político, antropólogo e educador. Morreu em 1997, em Brasília, vítima
de câncer. Segundo Gomes (2010), Darcy recebeu a inuência de três grandes
personalidades que marcaram sua trajetória de vida: como naturalista, foi inuenciado
pelo marechal Cândido Mariano da Silva Rondon; como educador foi inspirado por
Anísio Spínola Teixeira; e como político foi guiado pela gura de Leonel de Moura
Brizola.
O pensamento de Darcy e o seu diagnóstico e a sua crítica à educação
Na obra O Povo Brasileiro, é possível perceber a preocupação de Darcy em projetar
uma teoria do Brasil” (RIBEIRO, 1995, p. 13), uma vez que as teorizações oriundas
de outros contextos eram todas eurocêntricas. O autor busca uma teoria que viesse
dar conta da nossa realidade brasileira, sobretudo uma teoria oriunda da/na América
Latina, pautada nas problemáticas sociais desse lugar.
Para Adélia Ribeiro (2009), Darcy Ribeiro desenha um povo brasileiro que nasce
de contínuos e violentos atos que vêm caracterizar a história de nossa unicação
política. Em seu texto, a autora traz reexões sobre alguns aspectos presentes
no debate contemporâneo acerca das interpretações do Brasil, tendo em vista a
formulação crítica de Darcy sobre a nossa condição periférica enquanto um povo
brasileiro pobre e sofrido.
Em Nossa Escola é uma Calamidade, Darcy nos proporciona reexões críticas
sobre a situação da educação no Brasil, em especial a educação primária (o
que compreendemos por ensino fundamental). Ribeiro (1984) parte de dados
quantitativos para denunciar que houve, e há, um desinvestimento em nossa
educação. Isso tudo reete um agravamento da situação escolar dos alunos que por
sinal é/foi precaríssima.
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Martinazzo, Silva e Lu (2020) discutem acerca do pensamento de Darcy Ribeiro
sobre à educação brasileira. Os autores apontam que o antropólogo, educador e
político brasileiro foi/é reconhecido inter/nacionalmente por suas reexões e análises
sobre a causa indígena e pela sua constante luta e trajetória em defesa de uma educação
pública de melhor qualidade e de caráter democrático.
Os autores apontam estudos de Darcy Ribeiro do nal do século XX: a) no censo de
1970, cerca de 42% dos jovens que não sabiam ler e nem escrever residiam nas zonas
rurais, e 10% nas cidades; b) houve uma diminuição do percentual dos gastos federais
com a educação de 11,2% em 1962 para 5,3% em 1980. Esse diagnóstico incentiva
Darcy a fazer intensas críticas à educação (MARTINAZZO; SILVA; LUFT, 2020).
Martinazzo, Silva e Lu (2020, p. 485), dizem que “Darcy Ribeiro procurava uma
explicação para esse grave panorama e questionava-se sobre quais poderiam ser as
causas deste enorme fracasso escolar”. Assim, os autores reetem sobre uma pergunta
que Darcy ousava fazer: “como é que o Brasil consegue ser tão ruim em educação?”
(RIBEIRO, 1984, p. 22). A resposta: a desigualdade e a injustiça social. Os autores
pontuam sobre a Pequena Utopia de Darcy, que se baseia em alcançar emprego,
alimentação, saúde e curso primário para todas as crianças. Darcy preocupava-se com
o crescimento populacional desenfreado e seus reexos na qualidade da educação.
A escola, para Darcy Ribeiro, era seletiva e elitista. Muitas crianças que a escola
recebia eram de classes populares. A escola ofertava um ensino voltado para as crianças
dos setores privilegiados, assim àquelas das classes populares eram prejudicadas. Os
autores apontam que Darcy Ribeiro entendia que a escola não estava sabendo acolher
e reconhecer as crianças provindas de classes pobres, e isso explicava, em grande
parte, os resultados tão negativos da educação.
Assim, “[...] o caráter seletivo e elitista faz com que a criança pobre seja rejeitada
e, por outro lado, a com melhores condições nanceiras é vista como alguém que
tem futuro e condições de aprender [...]” (MARTINAZZO; SILVA; LUFT, 2020, p.
486). Darcy aponta as feridas da realidade da educação e manifesta criticamente seu
descontentamento em relação à forma como os problemas da educação brasileira são
enfrentados, inclusive o problema da gestão escolar.
A esse respeito consideramos que a partir da promulgação da Lei nº 9.394/1996,
a gestão deveria ocorrer pela eleição direta de diretores, mas o que percebemos na
prática é uma realidade bem diferente. A quase totalidade dos diretores de escolas
da educação básica são indicados pelas secretarias de educação, que, por sua vez,
têm seus gestores indicados pelo chefe do executivo que a organiza. Assim, prevalece
a hierarquia de indicações e os interesses de quem a governa naquele momento,
descaracterizando as escolas, cultural e socialmente, para tornarem-se instrumentos
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de reprodução do modelo social escolhido pelos governantes.
Para o acesso, a permanência e o percurso na escola, os dados são assustadores;
mesmo sendo um direito constitucional, a educação escolar está longe de ser garantida
a todos e todas que a buscam. Sabe-se que ainda existem milhões de crianças fora das
escolas. Isso evidencia de forma nítida que a educação em nosso país não é tratada
como um projeto de nação, como propunha fortemente Darcy Ribeiro.
Em se tratando do alunado, consideramos – apoiados em Darcy Ribeiro – que o
estudante é excluído da escola pela própria escola, pois seus conteúdos não estão em
conexão com a realidade. Os conteúdos são aplicados com a mesma metodologia de
três ou quatro décadas atrás, por professores mal remunerados e desestimulados, em
uma infraestrutura precária devido ao sucateamento das escolas da educação básica.
Desta forma, pensamos que não adianta apenas equipar as escolas se não zermos
uma profunda reforma paradigmática da educação, de tal forma que se tenha, mais
do que nunca, a participação social nessa reforma, digamos revolução, num debate
radical sobre a função social da escola. É preciso que o pensamento de Darcy Ribeiro
chegue aos professores e seja disseminado/estudado no cotidiano escolar e na
comunidade que circunda a escola.
Por que estudar Darcy Ribeiro?
A resposta para essa pergunta dar-se-á partir de quatro aspectos que estão,
inteiramente, relacionados à trajetória de Darcy Ribeiro: a) as experiências com os
povos indígenas; b) a pessoa intelectual; c) a luta pela educação; d) a vida política.
Em relação ao primeiro aspecto, destacamos que foi por meio de Cândido Rondon
(1865-1958) que Darcy Ribeiro estabeleceu aproximação com os povos indígenas.
Isso lhe rendeu uma compreensão detalhada sobre a constituição do prossional/
pesquisador etnógrafo, bem como lhe permitiu entender as relações cotidianas entre
os indígenas e as formas de produção de seus artefatos culturais.
A experiência de Darcy com os povos indígenas iniciou-se quando ele ingressou no
Serviço de Proteção ao Índio (SPI), atualmente Fundação Nacional do Índio (FUNAI),
e desenvolveu um trabalho de campo entre os indígenas Kadiwéu, Kaiowás, Terenas e
Ofaié-Xavantes do sul do Mato Grosso. Isso contribuiu para a criação do Parque Nacional
do Xingu. Essa rica experiência inuenciou os escritos de Darcy Ribeiro, em especial as
obras: Os Índios e a Civilização: A integração das populações indígenas no Brasil moderno
(RIBEIRO, 1970b), Maíra (RIBEIRO, 1981)1 e Utopia Selvagem (RIBEIRO, 1982).
1 Maíra é um romance escrito pelo antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro e publicado pela primeira vez em
1976.
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Em relação à intelectualidade de Darcy Ribeiro, poderíamos destinar um artigo
somente para delinear esse aspecto. Contudo, destacamos três produções de Darcy
que consideramos magnícas para a compreensão da sociedade e da educação no
Brasil e na América Latina, que são: A Universidade Necessária (RIBEIRO, 1969), As
Américas e a Civilização: processo de formação e causas do desenvolvimento desigual
dos povos americanos (RIBEIRO, 1970a) e O Povo Brasileiro: a Formação e o Sentido
do Brasil (RIBEIRO, 1995).
A luta de Darcy Ribeiro pela educação é marcada por uma trajetória de militância
a favor de uma educação pública de extrema qualidade. Inicialmente, mencionamos
a inuência de Anísio Teixeira (1900-1971) sobre Darcy Ribeiro no sentido de lutar
para que a educação fosse a base de uma consciência crítica dos sujeitos. Assim, a
obra Nossa Escola é uma Calamidade mostra essa luta de Darcy pela educação.
No início dos anos 1960, Darcy foi encarregado de planejar a montagem da
Universidade de Brasília (UnB). Assim, com a inauguração da UnB, foi nomeado
seu primeiro reitor. Durante a ditadura militar, Darcy atuou: no México, onde
planejou o Centro de Estudos do Terceiro Mundo; na Costa Rica, onde criou a nova
Universidade Nacional; no Uruguai, onde colaborou no seminário de reformas da
Universidade de La República; na Venezuela, onde contribuiu com o seminário de
renovação na Universidade Central; entre outros países.
Em 1983 foram criados os Centros Integrados de Educação Pública (CIEPS)
para oportunizar às crianças marginalizadas o acesso ao mesmo nível de educação
oferecido aos lhos de famílias abastadas e às crianças de países desenvolvidos. No
início da década de 1990, Darcy idealizou e executou a implantação da Universidade
Estadual do Norte-Fluminense (UENF). Essas são algumas das lutas de Darcy a favor
de uma melhor educação.
Em relação à vida política, destacamos dois elementos principais: durante o
Governo João Goulart, Darcy colocou em prática o primeiro Plano Nacional de
Educação, de 1962; e como Senador, no início da década de 1990, contribuiu com a
formulação e aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que recebeu
o seu nome (Lei Darcy Ribeiro) e orientou o ensino brasileiro a partir de meados
daquela década.
A seguir destacamos o quadro que trata da vida e de algumas ações de Darcy
Ribeiro:
Quadro 1. Vida / Ações de Darcy
1922 Nasce na cidade de Montes Claros em Minas Gerais.
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1939 Começa a cursar a Faculdade de Medicina de Belo Horizonte. Inicia
sua militância pelo Partido Comunista do Brasil (PCB), do qual se
afastaria nos anos seguintes.
1942 Deixa o curso de medicina e vai estudar na Escola de Sociologia e
Política de São Paulo (bolsista).
1946 Conclui o curso de Ciências Sociais e especializa-se em Etnologia –
orientando de Herbert Baldus.
1947 Ingressa no Serviço de Proteção ao Índio e conhece o Marechal
Rondon.
1954 Organiza e dirige o Museu do Índio no Rio de Janeiro ao lado de
Orlando e Carlos Villas-Bôas.
1959 Participa, com Anísio Teixeira, da campanha de difusão da escola
pública frente ao Congresso Nacional.
1962 Toma posse como o primeiro reitor da Universidade de Brasília.
1964 Exila-se no Uruguai devido ao Golpe Militar; realiza diversas ações
no exterior.
1980 Anistiado, retorna ao cargo de professor da UFRJ.
1984 Realiza diversas ações como Secretário Extraordinário da Ciência e
Cultura.
1992 É eleito membro da Academia Brasileira de Letras.
1994 É internado em estado grave no Hospital Samaritano do Rio de Janeiro.
1997 Falece em Brasília.
Fonte: As Américas e a Civilização (RIBEIRO, 1970a).
Toda a trajetória de Darcy Ribeiro nos impulsiona a responder o porquê de
estudá-lo aqui na Amazônia. Ainda assim, temos mais uma pergunta a responder:
quais pesquisas no âmbito do PPGED da UEPA trazem os pressupostos teóricos
de Darcy? Esse questionamento nos leva à compreensão de como o pensamento de
Darcy Ribeiro vem sendo pesquisado, estudado e discutido na Amazônia brasileira
e paraense.
As pesquisas sobre Darcy Ribeiro na Amazônia Paraense
Com base em algumas leituras de/sobre Darcy Ribeiro, passamos a refletir
sobre a figura desse intelectual na Amazônia. Esse estudo configura-se,
metodologicamente, como uma pesquisa de caráter bibliográfico. Para Cajueiro
(2013, p. 23), refere-se “[...] à análise e discussão apenas de referencial bibliográfico
de autores e literaturas, artigos ou monografias sobre o tema da pesquisa [...]”.
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Nesse tipo de investigação, não se utiliza de pesquisa prática, apenas teórica, de
material publicado impresso ou virtual.
Assim, zemos uma busca no portal do PPGED da UEPA a m de identicar e
analisar as pesquisas que dialogam com o pensamento de Darcy Ribeiro. A busca
deu-se desde as primeiras dissertações defendidas em 2007 até as últimas de 2020.
O procedimento deu-se pela abertura de cada trabalho e a busca por meio dos
descritores: Darcy e Ribeiro (cada termo isoladamente) ou Darcy Ribeiro (os dois
termos de forma conjunta).
Do total de 335 dissertações já defendidas, encontramos oito pesquisas que
trazem, de forma simples ou analítica, o pensamento de Darcy Ribeiro. Para uma
melhor visualização dos trabalhos, organizamos o corpus da pesquisa em quatro
quadros, agrupando os trabalhos entre os que: 1) citam obras de Darcy Ribeiro sem
desenvolvê-las; 2) trazem outros autores para criticar Darcy Ribeiro; 3) apresentam
Darcy Ribeiro em algumas notas e citações; 4) trazem reexões críticas sobre os
estudos de Darcy Ribeiro.
Os resultados da pesquisa serão apresentados por meio desses quadros analíticos
e de forma descritiva. A seguir, tem-se a análise de cada grupo de trabalhos e seus
respectivos quadros.
Quadro 2. Pesquisas que citam obras de Darcy Ribeiro sem desenvolvê-las
Autor (a) Título Ano Textos
PALHETA, B.
D. M.
Bandas de Música, Escolas de
Saberes: Identidade Cultural e
Prática Ensino da Banda 31 de
Agosto em Vigia de Nazaré/PA.
2013
O povo
brasileiro: a
formação e
o sentido do
Brasil.
Ano: 1995.
WEBER, S.
Crianças Indígenas da Amazônia:
Brinquedos, Brincadeiras e seus
Signicados na Comunidade
Assuriní do Trocará.
2015
Diários índios:
os Urubus-
Kaapor.
Ano: 1996.
Fonte: Dados da pesquisa no PPGED da UEPA (2021).
Durante o levantamento realizado no PPGED da UEPA, nos deparamos com
duas dissertações que citam obras de Darcy Ribeiro sem desenvolvê-las. As obras
são, apenas, incluídas na lista de referências ao nal do trabalho. Palheta (2013) cita
a publicação O Povo Brasileiro: a formação e o sentido do Brasil; Weber (2015) cita
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Diários Índios: os Urubus-Kaapor.
Consideramos que ambas as pesquisas poderiam ter aprofundado reexões sobre
as obras de Darcy Ribeiro, uma vez que Palheta (2013) investigou uma banda de
música e a função desse grupo musical enquanto escola de preservação e divulgação
da arte, mantendo viva toda uma tradição artística cultural por meio da prática de
ensino desenvolvida por mestres e músicos; e Weber (2015) analisou e mostrou
que os saberes e práticas culturais da etnia Assuriní do Trocará se apresentam nas
brincadeiras e brinquedos das crianças dessa comunidade.
Possivelmente, as obras de Darcy Ribeiro aparecem nas listas de referências
porque, na época, colocava-se na lista de referências, também, os textos que foram
lidos durante a feitura do trabalho, mas que não são citados. Hoje em dia coloca-
se apenas as obras citadas no texto de dissertação. É comum a organização de uma
lista à parte: bibliograas complementares, leituras complementares, indicações de
leituras, ente outras.
Quadro 3. Pesquisas que trazem outros autores para criticar Darcy Ribeiro
Autor (a) Título Ano Textos
ALMEIDA,
F. O. B.
Alfabetização de Jovens e Adultos:
Saberes Docentes em uma Escola
Municipal de Ananindeua.
2010
A educação
de pessoas
jovens e
adultas e a
nova LDB.
Ano: 2007.2
Fonte: Dados da pesquisa no PPGED da UEPA (2021).
Almeida (2010) apresenta o pensamento de Sérgio Haddad de 2007 – A educação
de pessoas jovens e adultas e a nova LDB. Assim, há comentários sobre uma fala de
Darcy Ribeiro no encerramento do Congresso Brasileiro organizado pelo GETA
(Grupo de Estudos e Trabalhos em Alfabetização) em 1990, Ano Internacional da
Alfabetização. Segundo o texto de Sérgio Haddad, na ocasião, Darcy argumentava de
maneira rme e incansável em uma mesa redonda realizada no auditório da antiga
Escola Caetano de Campos: “Deixem os velhinhos morrerem em paz! Deixem os
2 No site da Biblioteca Digital Brasileira de Organizações da Sociedade Civil percebemos que esse
texto de Sérgio Haddad foi publicado inicialmente em abril de 1997. Disponível em: http://www.
bibliotecadigital.abong.org.br/bitstream/handle/11465/1767/3.pdf?sequence=1. Acesso em: 10 maio
2021.
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velhinhos morrerem em paz!”.
Assim, Sérgio Haddad arma que, a partir da ousadia desse pronunciamento,
Darcy inaugurava uma nova etapa de “desqualicação” da educação de pessoas jovens
e adultas no âmbito das políticas públicas, revertendo um movimento inclusivo dos
direitos por educação dos últimos cinquenta anos. Com isso, consideramos que a
pesquisa de Almeida (2010) traz um outro autor para criticar Darcy Ribeiro.
Quadro 4. Pesquisas que trazem Darcy Ribeiro em algumas notas e citações
Autor (a) Título Ano Textos
ALVES, D. A.
A Educação nO Museu
do Marajó: ver – tocar –
contextualizar.
2009
Os brasileiros: 1.
Teoria do Brasil.
Ano: 1985.
RODRIGUES,
M. M. R.
Práticas Educativas e Saberes
Ambientais em AÇÕES DO
MOVimento dos Ribeirinhos
das Ilhas de Abaetetuba e sua
Relação com a Sustentabilidade
dos Recursos Naturais na Ilha
Quianduba.
2016
O povo
brasileiro: a
formação e o
sentido do Brasil.
Ano: 2006.
FEITOSA, O. C.
Saberes e Experiências
Político-Pedagógicas no
Processo Organizativo da
Apropriação e Distribuição
do Açaí em Comunidade
Marajoara/PA.
2017
O processo
civilizatório.
Etapas da
evolução
sociocultural.
Ano: 1998.
Fonte: Dados da pesquisa no PPGED da UEPA (2021).
Alves (2009) traz uma citação direta do livro: Os brasileiros: 1. Teoria do Brasil.
Nesta obra, Darcy Ribeiro diz que: Cultura é a herança social de uma comunidade
humana. Nesse sentido, o pensamento de Darcy dá base para entender o seguinte
excerto: “[...] a comunidade humana a qual se refere Ribeiro, pode ser atribuída ao
povo do Marajó numa apropriação de conceitos e signicações [...]” (ALVES, 2009,
p. 73).
Em sua dissertação, Alves (2009) utiliza uma citação da obra Os brasileiros: 1.
Teoria do Brasil – edição de 1985. Destacamos que a primeira publicação da obra é de
1972. Na lista de referências, ao nal da dissertação, Alves (2009) inclui a obra O Povo
Brasileiro, de 1995. Possivelmente, houve um equívoco na hora de listar a referência
citada no corpo do texto da dissertação de mestrado.
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A pesquisa de Rodrigues (2016) traz uma nota de rodapé sobre Darcy Ribeiro. A
referida nota serve para destacar a divisão do trabalho nas Ilhas de Abaetetuba: os
homens pescam, caçam, extraem argila, trabalham no cultivo do açaí, e as mulheres
desenvolvem as atividades domésticas. Rodrigues (2016) apresenta, ainda, os saberes
de um tipo de artesanato que têm suas origens na cultura indígena de matriz étnica
Tupi. Rodrigues (2016) utiliza uma impressão da obra O Povo Brasileiro, de 2006 – a
primeira edição da obra é de 1995.
Feitosa (2017) analisa os saberes que estão inscritos nas pticas em torno do açaí
em uma comunidade ribeirinha do município de Curralinho/Pará. Assim, inspirado
em Darcy Ribeiro, diz que as culturas são construídas e mantidas por sociedades
que não existem isoladamente, mas em permanente interação umas com as outras.
Feitosa (2017) cita uma edição da obra O processo civilizario. Etapas da evolução
sociocultural de 1998 – a data da primeira publicação é de 1968.
A seguir apresentamos os trabalhos que delineiam uma reexão mais crítica ao
pensamento de Darcy Ribeiro.
Quadro 5. Pesquisas que trazem reexões sobre os estudos de Darcy Ribeiro
Autor (a) Título Ano Textos
PROCÓPIO,
M. G. C.
A Festa do Jaca
na Aldeia Indígena
Assurini Trocará:
Espaço Educativo e
de Manifestações de
Saberes.
2015 Os índios e a civilização:
a integração das
populações indígenas no
Brasil moderno.
Ano: 1986.
Utopia Brasil. Escola da
cidade.
Ano: 2008.
132 ARTIGOS
SOUZA, S. F. Colonialidade do Saber
no Ensino de Filosoa:
um Estudo em duas
Universidades Públicas
de Belém.
2017 A Universidade
Necessária. Ano: 1969.
As Américas e a
civilização: processo
de formação e causas
do desenvolvimento
desigual dos povos
americanos.
Ano: 19833
Fonte: Dados da pesquisa no PPGED da UEPA (2021).
Procópio (2015), em sua epígrafe, traz Utopia Brasil de Darcy Ribeiro para dizer
que: a principal lição da vida indígena é este exercício singelo, por toda gente, de
simples alegria de viver, de fazer, de comer, de beber, de amar, que todo o mundo, lá,
tem e sente (RIBEIRO, 2008 apud PROCÓPIO, 2015). Em seguida, a autora utiliza
Darcy para fundamentar o tópico de seu trabalho intitulado “Um olhar histórico
sobre a presença indígena no espaço amazônico” (PROCÓPIO, 2015). Esse tópico da
dissertação é fundamentado, exclusivamente, na obra Os Índios e a Civilização.
A autora traz muitas reexões críticas sobre a Amazônia. Para Procópio (2015,
p. 49), esse lugar, “[...] com sua natureza exuberante, historicamente acolheu uma
grande diversidade de povos indígenas, no interior de suas matas e também nas
margens dos rios, devido às migrações que ocorreram na época da colonização para
diversas regiões do País. Assim, a autora utiliza-se de Darcy Ribeiro para reetir
criticamente acerca dessa região.
A pesquisa de Procópio (2015) busca oferecer contribuições ao estudo da cultura
indígena e da educação presentes nas manifestações culturais, tendo como base uma
política para a valorização dos saberes dos diferentes grupos indígenas. A autora
embasa-se em Darcy Ribeiro e, assim, insere-se nas tramas e nas teias de saberes
existentes nas relações da vivência cotidiana de indígenas da Amazônia paraense.
Outro trabalho é o de Souza (2017), que utiliza duas obras de Darcy Ribeiro e um
artigo de uma pesquisadora brasileira. As obras são: A Universidade Necessária e As
Américas e a Civilização: processo de formação e causas do desenvolvimento desigual
dos povos americanos. O artigo é de Adélia Ribeiro (2011) e aborda o exercício de
descolonização epistemológica inspirado em Darcy Ribeiro.
3 Souza (2017) utiliza uma edição da obra As Américas e a Civilização: processo de formação e causas do
desenvolvimento desigual dos povos americanos de 1983, porém a primeira edição dessa obra é de 1970.
Reoriente • vol.2, n.1 jan/jun 2022 • DOI: 10.54833/issn2764-104X.v2i1p120-135 133
Um dos objetivos de Souza (2017) é analisar se, nas práticas pedagógicas e
curriculares de Cursos de Graduação em Filosoa, há resistência à colonialidade do
saber. Assim, inspirado no pensamento de Darcy Ribeiro, Souza (2017, p. 39) diz
que: “[...] há questões presentes na obra darcyniana capazes de gestar na atualidade
uma crítica descolonizadora nas ciências sociais latino-americanas, impactando a
geopolítica do conhecimento.
Assim, no tópico de sua dissertação intitulado “Colonialidade do saber e
universidade, Souza (2017) se apropria de Darcy Ribeiro para debater a crise das
universidades latino-americanas, pois nossas universidades estão incorporadas a
um sistema internacional de investigação com uma função subalterna bem denida.
Em seguida utiliza os estudos de Darcy Ribeiro sobre a formação das Américas e
dos americanos para argumentar que a dominação europeia sobre a América foi um
controle militar, econômico e racista (RIBEIRO, 1983 apud SOUZA, 2017).
Souza (2017) argumenta que a universidade se localiza como um desses espaços
de encontro, interação e socialização de saberes; logo, na universidade está presente
o fenômeno da colonialidade do saber, produzindo concepções, conteúdos e práticas
atreladas a um pensamento eurocêntrico e estadunidocêntrico, que produz como
inexistentes as manifestações epistêmicas latino-americanas.
O autor é bastante crítico ao dizer que “[...] as universidades fazem parte da
agenda que visa à colonização cultural das populações ameríndias [...]” (SOUZA,
2017, p. 89). Para ele, isso tudo é um projeto delineado pelas políticas internacionais
da produção universitária, sendo assim, a subalternidade é o único papel que resta às
universidades latinas e caribenhas. Cabe, então, o pensamento de Darcy Ribeiro para
compreender esse processo de colonização.
As pesquisas de Procópio (2015) e Souza (2017)4 são as que mais trazem considerações
críticas sobre o pensamento de Darcy Ribeiro. A primeira apropria-se das reexões
de Darcy Ribeiro para dissertar sobre a Festa do Jacaré na aldeia indígena Assurini
Trocará, no Pará, enquanto um espaço educativo e de manifestações de saberes. A
segunda pesquisa traz Darcy para fundamentar suas questões sobre a colonialidade do
saber no ensino de Filosoa e a crise da universidade latino-americana.
Considerações finais
Assim, nalizamos este texto em que buscamos estudar o pensamento de Darcy
Ribeiro como educador renomado, antropólogo, historiador, sociólogo, escritor e
4 Souza (2017) apresenta, também, considerações a partir do artigo de Adelia Miglievich Ribeiro de
2011, que traz Darcy Ribeiro como um exercício de descolonização epistemológica.
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político brasileiro. Intentamos mostrar a relevância desse autor, que muitas vezes é
estudado não em sua profundidade teórica, mas apenas de modo supercial. Darcy
foi/é um intelectual que lutou incansavelmente pela efetivação de uma educação de
melhor qualidade e que ofereceu reexões e proposições aos problemas educacionais.
Algo que nos deixou pensativos durante a escrita deste texto foi a seguinte
constatação: das 335 dissertações já defendidas no PPGED da UEPA, apenas oito
trazem o pensamento de Darcy Ribeiro. Destas, seis trazem Darcy Ribeiro de forma
simples, por meio de notas e citações diretas/indiretas ou por meio da indicação de
um outro autor que critica Darcy Ribeiro; por sua vez, há dois trabalhos que trazem
reexões críticas sobre os estudos de Darcy Ribeiro. A educação na Amazônia carece
de mais estudos e pesquisas sobre Darcy.
Consideramos que cabe, portanto, a quem ler Darcy Ribeiro, anunciar que é
possível uma mudança de paradigma da educação, é possível uma democratização da
educação, uma libertação pela educação, é possível o acesso de todos e a permanência
com êxito dos estudantes em todos os níveis de ensino; e que as barreiras sociais
que agravam a crise da educação no Brasil devem ser consideradas crítica e
cotidianamente.
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