Representatividade da Mulher Contadora em Escritórios de Contabilidade e a Desigualdade de Gênero na Prática Contábil: Uma Questão ainda em Debate?
DOI:
https://doi.org/10.21446/scg_ufrj.v0i0.30679Keywords:
Contabilidade. Mulheres Contadoras. Discriminação. Dominação Masculina. Segregação Ocupacional.Abstract
O objetivo deste estudo consistiu em analisar as vivências da prática contábil, com enfoque na divisão do trabalho e nas desigualdades de gênero encontradas por mulheres contadoras que exercem a profissão em escritórios de contabilidade de pequeno porte. Em termos metodológicos, trata-se de uma pesquisa qualitativa-descritiva orientada pelos pressupostos do interpretativismo, interessada em compreender uma realidade que não pode ser quantificada, de natureza subjetiva, qual seja, as vivências da prática contábil de mulheres contadoras, por meio da análise de seus relatos profissionais. Os resultados apontam que os espaços profissionais da contabilidade brasileira ainda não conseguiram alcançar uma distribuição equitativa de cargos e salários entre os gêneros no ambiente de trabalho. Quando se analisa o mercado e a área de atuação contábil, a presença profissional das mulheres contadoras tem crescido em termos numéricos, mas elas ainda se identificam com os valores culturais de dominação masculina da profissão, reproduzindo-os e legitimando-os, o que dificulta o seu processo de igualdade, perpetuando a desigualdade de gênero na divisão do trabalho. Como principal contribuição, esse estudo observou a continuidade das desigualdades de gênero na prática contábil, especialmente nos escritórios de contabilidade de pequeno porte, locus da pesquisa. A medida que a presença da mulher contadora avança em termos numéricos, a segregação vertical persiste, uma vez que as contadoras ainda enfrentam dificuldades para assumirem altos cargos nas organizações, configurando, dessa forma, a importância de disseminar essa discussão com implicações para o mercado de trabalho e o desenvolvimento da sociedade.
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