v. 1 n. 1 (2018)
Artigos

“Manuscritos não ardem”: desenhar(mos) com palavras, escrever por palavras-desenho em O Mestre e Margarida

Gabriel Salvi Philipson
UNICAMP - IEL - Teoria e História Literária

Publicado 2018-08-17

Resumo

Neste artigo, o uso de expressões em forma de slogan no romance O Mestre e Margarida é analisado para argumentar ao mesmo tempo contra sua interpretação lugar-comum que associa obra e vida de modo impensado e pela complexidade do lugar de Bulgákov quanto à revolução. Tal empreitada é realizada por meio de uma investigação da conexão entre literatura e poder, a partir da consideração tanto da linguagem como arma, como da literatura como aparato de um sistema. No desenvolvimento desta argumentação, a obra Fora, de Speridião, que cita textualmente a mais famosa dessas expressões do romance, é igualmente inspiração e motivo de estudo comparativo