Os prolegômenos do mundo: um estudo sobre a organização dos elementos primordiais nas "Metamorfoses" de Ovídio
DOI:
https://doi.org/10.25187/codex.v9i2.43511Palavras-chave:
Ovídio, Metamorfoses, cosmogonia, expressividade poética, traduçãoResumo
Inserido no contexto da cosmogonia, narrada poeticamente por Ovídio (43 a.C. – 17 d.C.) no início de suas Metamorfoses, este estudo volta-se, mais especificamente, ao processo de organização e composição dos elementos primordiais que enformam o mundo, após o Caos, a origem de tudo. O recorte em análise consiste nos hexâmetros de número 21 a 75 do Livro I, que sucedem a descrição do Caos e antecedem a antropogonia. No excerto, privilegiam-se os minerais, a flora e a fauna, com destaque aos quatro elementos primordiais: o fogo, o ar, a terra e a água. Com essa distinção, o mundo vai se enformando a partir de uma “receita da vida”, passo a passo. Entre o Caos e o Cosmo, procura-se traçar o sistema de criação do mundo, levantando recursos inventivos da linguagem que compõem os hexâmetros ovidianos, haja vista a ordenação textual. Portanto, entre a ordem do mundo e a dos versos, consideram-se a imagética e os efeitos de sentido suscitados. Ademais, o estudo apresenta uma tradução que apoia a análise literária.
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