O significado poético das fontes nas Argonáuticas de Apolônio de Rodes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25187/codex.v10i1.53273

Palavras-chave:

água, inspiração, poética calimaqueana, Homero

Resumo

Este artigo estuda o significado metapoético das três fontes que aparecem nas Argonáuticas, a de Jasão e a de Hilas, no livro I, e a de Héracles, no livro IV. Propõe ser necessário relacioná-las, tendo-se em conta a posição de cada uma delas no poema. A fonte de Hilas simboliza a forte dependência das Argonáuticas da poesia homérica: Hilas sucumbe na fonte, como os imitadores de Homero não logram se desvincular de seu modelo. A segunda fonte, a de Jasão, indica o caminho que os argonautas devem tomar para criar sua própria obra, marcado pela piedade em relação aos deuses e a inovação quanto ao material homérico. Este caminho poético se alinha aos princípios da poética calimaqueana. Finalmente, a terceira fonte, a de Héracles, mostra como os argonautas alcançaram sua própria identidade poética, graças a seu próprio esforço, mas sempre reconhecendo e honrando Homero como inspiração. Esta inspiração poética é representada na figura de Héracles.

Biografia do Autor

María Natalia Bustos, Fordham University, Nova York, Estados Unidos

Doutora em Letras Clássicas pela Fordham University, Nova Iorque, Estados Unidos.

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Publicado

2022-07-04

Como Citar

Bustos, M. N. (2022). O significado poético das fontes nas Argonáuticas de Apolônio de Rodes. CODEX - Revista De Estudos Clássicos, 10(1), e1012202. https://doi.org/10.25187/codex.v10i1.53273