Ártemis e as mulheres da Odisseia

Nausícaa, Helena e Penélope

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.25187/codex.v12i1.62762

Resumen

A deusa Ártemis surge no imaginário grego sob diversas dimensões, mas nem sempre com o mesmo destaque. Sua participação na poesia grega antiga em geral é restrita, o que faz com que seus campos de atuação não sejam explorados na mesma intensidade. Pouco a vemos na épica homérica, em que, tanto ao aparecer agindo na narrativa quanto ao ser referida em símiles, é sobretudo a parthénos, a moça que ainda não se casou e não participa do mundo do sexo. Na Odisseia, sua parthenía ou virgindade está no cerne de símiles a Nausícaa, Helena e Penélope, três personagens femininas notavelmente diferentes entre si, sendo a primeira, a parthénos ideal, e as demais, mulheres já casadas que, por isso, deixaram para trás a fase da parthenía. Este artigo tem o objetivo de destacar e analisar a representação de Ártemis nesses símiles e sua associação a essas heroínas tão distintas entre si.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Amanda Fabre Nogueira, Universidade de São Paulo

Graduanda em Letras Português/Grego na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil, sob orientação da Profa. Dra. Giuliana Ragusa.

Giuliana Ragusa, Universidade de São Paulo

Professora Associada (Livre-Docente) de Língua e Literatura Grega na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.

Citas

BUDIN, S. L. Artemis. London: Routledge, 2016.

BURKERT, W. Mito e mitologia. Tradução M. H. da R. Pereira. Lisboa: Edições 70, 1991.

BURKERT, W. Religião grega na época clássica e arcaica. Trad. M. J. S. Loureiro. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993.

CARSON, A. “Putting her in her place: woman, dirt, and desire”. In: HALPERIN, D. M. et alii (eds.). Before sexuality: the construction of erotic experience in the ancient Greek world. Princeton: Princeton University Press, 1990, pp. 135–69.

CLARKE, M. Flesh and spirit in the songs of Homer: a study of words and myths. Oxford: Clarendon, 1999.

CLAY, J. S. Hesiod’s cosmos. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.

DEACY, S. “From ‘flowery tales’ to ‘heroic rapes’: virginal subjectivity in the mythological meadow”. Arethusa, Vol. 46, n. 3, 2013, pp. 395 413.

DOWDEN, K. “Olympian gods, Olympian pantheon”. In: OGDEN, D. (ed.). A companion to Greek religion. Oxford: Blackwell, 2007, pp. 41 55.

HERINGTON, J. Poetry into drama. Early tragedy and the Greek poetic tradition. Berkeley: University of California Press, 1985.

HEUBECK, A. et al. A commentary on Homer’s Odyssey. Volume I: introduction and books I-VIII. Oxford: Clarendon, 1990.

HOMERO. Odisseia. Trad. Christian Werner. São Paulo: Ubu Editora, 2018.

INGALLS, W. B. “Ritual performance as training for daughters in Archaic Greece”. Phoenix, Vol. 54, n. 1/2. (Spring-Summer), 2000, pp. 1–20.

JENSEN, M. S. “Artemis in Homer”. In: FISCHER-HANSEN, T. e POULSON, B. (eds.). From Artemis to Diana: the goddess of man and beast. Museum Tusculanum Press: University of Copenhagen, 2009, pp. 51–60.

LEFKOWITZ, M. R. “The last hours of the parthenos”. In: REEDER, E. D. (ed.). Pandora’s box. Women in classical Greece. Baltimore, Princeton: The Walters Art Gallery/University Press, 1995, pp. 32–9.

RAGUSA, G. “Moças e bodas no imaginário poético arcaico”. Prometheus - Journal of Philosophy, [S. l.], v. 15, n. 43, 2023, pp. 151–71.

RAGUSA, G. Fragmentos de uma deusa: a representação de Afrodite na lírica de Safo. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2005.

REDFIELD, J. M. “Notes on the Greek wedding”. Arethusa 15, 1982, pp. 181–201.

REEDER, E. D. “Women and men in Classical Greece”. In: REEDER, E. D. (ed.). Pandora’s box. Women in classical Greece. Baltimore, Princeton: The Walters Art Gallery/University Press, 1995, pp. 20-31.

RICHARDSON, N. “The Homeric Hymn to Demeter: some central questions revisited”. In: FAULKNER, A. (ed.). The Homeric hymns: interpretative essays. Oxford: Oxford University Press, 2011, pp. 44–58.

RUSSO, J. et al. A commentary on Homer 's Odyssey. Volume III: books XVII-XXIV. Oxford: Clarendon, 1992.

SAÏD, S. Homer and the Odyssey. Oxford: Oxford University Press, 2011.

SISSA, G. Greek virginity. Trad. A. Goldhammer. Cambridge: Harvard University Press, 1990.

SLATKIN, L. M. “Homer’s Odyssey”. In: FOLEY, J. M. (ed.). A companion to ancient epic. Oxford: Blackwell Publishing, 2005, pp. 315–29.

VERNANT, J. P. A morte nos olhos: figurações do outro na Grécia antiga: Ártemis, Gorgó. Trad. C. Marques. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988.

Publicado

2025-05-21

Cómo citar

Fabre Nogueira, A., & Ragusa, G. (2025). Ártemis e as mulheres da Odisseia: Nausícaa, Helena e Penélope. CODEX - Revista De Estudos Clássicos, 12(1), e1212405. https://doi.org/10.25187/codex.v12i1.62762