Olhando para o próprio umbigo

a justiça de Zeus no Banquete de Platão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25187/codex.v13i1.69225

Palavras-chave:

macho, fêmea, andrógino, umbigo, narrativas potosinas, Platão

Resumo

 O encômio de Aristófanes, no Banquete platônico, atribui à reparação empreendida por Zeus como resposta à soberba dos mortais, a causa para que a orientação sexual dos humanos se manifeste tal como ocorre. Assim, Eros é a divindade responsável por promover o encontro de duas metades que, originariamente, estavam juntas e, então, constituíam-se enquanto unidade. Todavia, nem todos os enlaces amorosos são moralmente adequados, ou seja, nem todo o tipo de expressão sexual é virtuosa e, desse modo, a despeito de Eros estar presente em todas as formas de amor, ao que tudo indica, a ira divina provocou maiores desgraças para andróginos e fêmeas. Nesse sentido, tendo como cenário o encômio aristofânico a Eros, analisarei em que medida a justiça de Zeus é definidora para os diferentes comportamentos entre mortais que, indelevelmente, desencadeiam as desigualdades sociais. Com efeito, ao realizar o corte, Zeus coíbe para sempre uma segunda revolta humana, pois que, ao não se reconhecerem como iguais, os indivíduos de uma sociedade não serão capazes de unir-se em prol de um bem comum, a saber, o destronamento dos deuses.

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Biografia do Autor

Cristina de Souza Agostini, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Professora de Filosofia Antiga da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), membro do Grupo de Pesquisa CNPq: Estudos sobre o Teatro Antigo, liderado pela professora Adriane da Silva Duarte.  

 

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Publicado

2025-12-23

Como Citar

de Souza Agostini, C. (2025). Olhando para o próprio umbigo: a justiça de Zeus no Banquete de Platão. CODEX - Revista De Estudos Clássicos, 13(1), e1312512. https://doi.org/10.25187/codex.v13i1.69225

Edição

Seção

Dossiê Vingança, reparação, perdão [Em memória de David Konstan]