50 anos de independência: Desafio e possibilidades em Angola e Moçambique
50 Anos de Independência: Desafios e Possibilidades em Angola e Moçambique
Os dias 25 de junho, em Moçambique, e 11 de novembro, em Angola, marcam os cinquenta anos de independência de ambos os países. Essa efeméride oferece uma oportunidade significativa para um balanço crítico das complexas questões que marcam o pós-independência em diversas esferas e contextos, bem como para revisitar a memória e a história da luta de libertação e os projetos nacionalistas cujos partidos permanecem no poder. Nesse cenário, é relevante observar como o próprio conceito de independência vem sendo ressignificado em diferentes setores da sociedade angolana e moçambicana, especialmente entre os jovens, muitos dos quais parecem desconectados da narrativa da libertação, frequentemente percebida como uma “fábula” (Borges Coelho, 2015).
Um exemplo expressivo dessa postura foram as recentes manifestações pós-eleitorais em Moçambique e entre moçambicanos na diáspora, onde milhares de pessoas saíram às ruas com cartazes que reivindicavam, entre outras demandas, uma nova independência. No caso de Angola, estes exemplos podem ser observados na crescente onda de movimentos cívicos, sociais, culturais e políticos que questionam, igualmente, as narrativas históricas impostas em Angola aquando da fundação da primeira república. Estas tendências, em ambos os países, evocam a necessidade de uma discussão contemporânea em torno das narrativas, símbolos históricos e noções de construção de nação concebidas ao longo das últimas décadas.
Cinquenta anos após o fim do colonialismo e em meio a um sistema-mundo capitalista em colapso ambiental, os desafios são numerosos, assim como as formas de enfrentá-los. Portanto, este dossiê da Revista ABE-África busca estimular reflexões acadêmicas (baseada em dados, fontes e pesquisas inéditas) sobre Angola e Moçambique de forma ampla e interdisciplinar, acolhendo textos que abordem diversas dimensões da vida social, educacional, cultural, religiosa e política desses países. Assim, convidamos pesquisadores de distintos campos de conhecimento - Antropologia, Ciência Política, Educação, Geografia, História, Literatura e Crítica Literária, Comunicação, Relações Internacionais, Sociologia e outros - a submeter propostas de artigos e resenhas que ofereçam um panorama crítico sobre os desafios e possibilidades que marcaram Angola e Moçambique desde suas independências.
As propostas devem ser enviadas entre 3/03/2025 e 15/05/2025 para o portal da revista.
A revista aceita textos em Português, Espanhol, Francês e Inglês.
Organizadores:
Fernanda Gallo (Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento, Ulisboa)
Chapane Mutiua (Universidade Eduardo Mondlane)
Israel Campos (Universidade de Leeds)
