As raízes sociais da violência na sociedade moçambicana contemporânea

Autores

Palavras-chave:

Violência, Aldeias comunais, Operação produção, Lei de Chicotada e Pena de Morte.

Resumo

Este artigo, discute a relação entre o processo de formação do Estado Nacional pós-colonial e as práticas violentas, que possibilitaram o desenvolvimento da “potencialidade de violência”, que temos atualmente. A reflexão foi baseada na revisão bibliográfica e documental, onde analisou-se as amplas práticas sociais da formação do Estado Nacional, a partir das teorias de exposição da violência. Demonstrou-se que as regras e leis impostas na construção do Estado Nacional criou um espaço fora da jurisdição humana, em que as decisões sobre a vida e a morte se tornaram inteiramente arbitrárias. Para além desses aspectos, o estudo ainda demostrou também, que os aspectos meramente empíricos, como a guerra civil e as políticas de controlo estatal, constituíram experiências culturais comuns de violência, que moldaram a identidade dos moçambicanos, do mesmo modo que outras instituições sociais. O estudo concluiu que as práticas violentas contemporâneas estão inscritas em uma grande continuidade das experiências culturais de violência do passado pós-colonial, que sustenta as violações dos direitos humanos mesmo quando garantidos pela Constituição.

Biografia do Autor

Joaquim Miranda Maloa, Universidade Rovuma – Extensão de Niassa e Centro de Pesquisa e Promoção Social

É  moçambicano, Bacharelato (Bach) em Ciências Sociais pela Universidade Eduardo Mondlane (2005), Licenciado (Lic) em Sociologia pela Universidade Eduardo Mondlane (2008), Mestrado (MSc) em Sociologia pela Universidade de São Paulo (2012), Doutorado (Ph.D)  em Sociologia pela Universidade Federal de São Carlos (2019), Doutorado (Ph.D)  em Geografia pela Universidade de São Paulo (2016) e Pós-Doutorado em Geografia pela Universidade de São Paulo (2017).

 

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Publicado

2021-02-08

Edição

Seção

Dossiê