Mergulhar no sonho: notas sobre Ngwenya, o crocodilo, de Isabel Noronha, e O beijo da palavrinha, de Mia Couto

Autores

Palavras-chave:

Cinema Moçambicano, pintura, onírico, intertextualidade

Resumo

Neste artigo, pretendo estabelecer diálogos entre o filme Ngwenya, o crocodilo, de Isabel Noronha, e o livro O beijo da palavrinha, de Mia Couto, ilustrado pelo pintor Malangatana Valente. No filme de Isabel Noronha, que pode ser classificado como docdrama, Malangatana Valente torna-se personagem e ator de sua própria história, tecendo, por meio de seus relatos, de suas pinturas, das histórias de sua família e amigos, sua biografia e a história de Moçambique. Ao fim do documentário, o escritor Mia Couto comenta a respeito da obra de Malangatana: “E na sua pintura, há ali um convite para a gente sonhar. Sonhar sem barreiras, sonhar a cor”. A partir dessa afirmação, debruço-me sobre o texto e as ilustrações de O beijo da palavrinha, para, então, compreender a atmosfera onírica das telas e das palavras, refletindo acerca da narrativa de Mia Couto e das ilustrações de Malangatana Valente.

Biografia do Autor

Gabriel Dottling Dias, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduado em Letras: Português - Literatura, possui experiência como Monitor no Departamento de Letras Vernáculas no Setor de Literaturas Africanas em Literatura Portuguesa durante o ano de 2017. Mestrado no PPGLEV-UFRJ sob a orientação da Prof. Dra. Luci Ruas Pereira. Como pesquisador, atuou no projeto "Literatura, Cinema e Afeto: Representação da História em Romances de Filmes de Moçambique e Guiné-Bissau no Período de 2016-2018, além de ter feito apoio técnico. Desenvolveu uma pesquisa em Poesia Portuguesa sobre a Obra de Camilo Pessanha, tendo sido Menção Honrosa na 8ª SIAC - UFRJ.

Referências

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REFERÊNCIAS CINEMATOGRÁFICAS

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Publicado

2021-11-03

Edição

Seção

Dossiê