Sucata “entre-lugares”: uma análise da(s) narrativa(s) visuais de Willie Bester (África do Sul)

Autores

Palavras-chave:

arte contemporânea, África do Sul, apartheid

Resumo

Este estudo tem por foco a utilização da sucata como matéria-prima, discurso e memória na arte de Willie Bester. A produção do artista é complexa, sendo impossível atribuir qualquer classificação previamente posta pela concepção ocidental. A estratégia de combate às classificações é o pensamento rizomático e o entendimento da produção localizada no “entre-lugares”, como denomina Homi Bhabha, e construída em interdependência e na Relação de Édouard Glissant. Identificam-se também desdobramentos das dimensões temporais, e comenta-se a iconografia que se repete nas obras. A metodologia utilizada é composta de revisão de literatura e a pesquisa de campo na Cidade do Cabo, local onde vive o artista e onde está situada boa parte de suas obras. Conclui-se que a obra de Bester é marcada pela Relação com as townships, com a história, com a natureza, consigo mesmo e com o Outro.

arte contemporânea; África do Sul; apartheid

Biografia do Autor

Carolina de Campos Tornich, Queen's University

cursando PhD no Department of Art History na Queen's University

Mestra em Artes pela Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte da Universidade de São Paulo

Bacharel em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Campinas

Formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Referências

ARTTHROB. Archive: Issue No. 99, November 2005. New Arrival. Willie Bester. Disponível em: https://artthrob.co.za/05nov/images/bester10a.jpg. Acesso em 10 de janeiro de 2023.

ASSEMBLAGE. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo325/assemblage>. Acesso em: 24 de Jan. 2019. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7 )

(EASTERN) Cape Mongo. Vídeo. 3’02”. Publicado em Youtube: cuetube1. 08 jul. 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=6nxZf8UUWYs>. Acesso em: 16 fev. 2022.

AFRICAN ARTIST’ FOUNDATION. Kape Mongo. François Knoetze. Art Base Africa Website. 2019. Disponível em: <http://www.artbaseafrica.org/project/cape-mongo>. Acesso em: 16 fev 2022.

ALLAR, Neal; Rhizomatic Influence: The Antigenealogy of Glissant and Deleuze, Cambridge Journal of Postcolonial Literary Inquiry, Cambridge University Press, v. 6(1), Janeiro 2019, ps.1-13. DOI: 10.1017/pli.2018.25.

ALONSO, Carlos; A. Bispo e Adéagbo: da desconstrução da crítica à adição e fusão de pensamento em forma de arte. Dissertação (Mestrado em Estética e História da Arte) - Estética e História da Arte, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. doi:10.11606/D.93.2017.tde-31012017-110953. Acesso em: 16 fev 2022.

ARTNET WORLDWIDE CORPORATION, 2018. Disponível em: <http://www.artnet.com/artists/willie-bester/trojan-horse-ii-1994-9cLHNgSK2X-icF_mE_xugA2>. Acesso em: 16 fev 2022.

BESTER, Willie; Willie Bester Website. Disponível em: <https://williebester.co.za/>. Acesso em: 18 jul. 2018.

BHABHA, Homi; O local da cultura, Belo Horizonte, Editora UFMG, 1998.

BONHAMS. Willie Bester. The Great Trek. Bonhams, 2018. Disponível em: <https://www.bonhams.com/auctions/23872/lot/43/>. Acesso em: 16 fev 2022.

BOWMAN SCULPTURE, 2018. Trojan Horse. Willie Bester. Bowman Sculpture. Disponível em: <https://www.bowmansculpture.com/sculpture/708e9b376da845a1476ae14889f7e79d3d656a1c>. Acesso em 16 fev 2022.

BUSCA, Joelle ; Perspectives sur l’art contemporain africain. Paris: L’Harmattan, 2000.

COOK, Shashi. Redress: Debates informing exhibitions and acquisitions in selected South African Public Art Galleries (1990-1994) – Volume 1. Dissertação (Mestrado em História da Arte) – Art History, Rhodes University, Grahamstown, África do Sul, 2009. Acesso em: 16 fev 2022.

DARCH, Colin. As raízes históricas de desigualdade contemporânea na África do Sul: o legado de apartheid. In: Igual-Desigual, org. João Felippe Cury M. Mathias e Luiz Fernando Saraiva, São Paulo: Hucitec Editora, 2020.

FERREIRA LIMA, Andrei. O diverso como fundamento da(s) poética(s) de Édouard Glissant. Revista Non Plus, n. 9, pp. 04-13, 23 dez. 2016.

GLANVILLE-ZINI, S. Seeing ourselves: Willie Bester. Vídeo: 5’46”. Publicado em Youtube: Susan Glanville-Zini, 24 jan. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=-RHmzIQPTkc&list=PLg5eD7GnMcpIlVoqBBXV3aNj2OviizIXL>. Acesso em: 16 fev 2022.

GLISSANT, Édouard. Introdução a uma Poética da Diversidade. Eunice do Carmo Albergari Rocha (trad.), Coleção Cultura v.1, Ed. UFJF, Juiz de Fora, 2005. 176p.

GLISSANT, Édouard. Poetics of Relation, Betsy Wing (trad.), The University of Michigan Press, Michigan, 2010. 226p.

GODBY, Michael e KLOPPER, Sandra; The Art of Willie Bester African Arts , Vol. 29, No. 1, pp.42-49+104, Winter-1996.

GONIWE, Thembinkosi. Willie Bester: Social Engineering. Johannesburg: Melrose Gallery, 2017. 53 p. Catalog.

HALL, Stuart. O Ocidente e o Resto: Discurso e Poder, traduzido por Carla D`Elia, Projeto História, São Paulo, n. 56, pp. 314-361, Mai.-Ago. 2016. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/download/30023/20834. Acesso em: 20 jan. 2019

JULIA MEINTJES FINE ART. Disponível em: https://www.juliameintjes.co.za/this-place-this-space-moor-art-gallery-2016/. Acesso em 10 de janeiro de 2023.

KASFIR, Sidney; Contemporary African Art. Thames & Hudson Ltd, London. 1999.

KASFIR, Sidney; African art and authenticity: a text with a shadow. African Arts. 25(2), pp. 41-97. 1992

KLEE, Katie de. 2019. Francois Knoetze's mythical trash creatures reveal our terrible treatment of waste. Design Indaba. Publicado em 18 fev. 2016. Disponível em: <http://www.designindaba.com/videos/creative-work/francois-knoetzes-mythical-trash-creatures-reveal-our-terrible-treatment-waste>. Acesso em 16 fev 2022.

KNOETZE, François. Cape Mongo Trailer (2015) by Francois Knoetze. Vídeo 1’25”. Publicado em Youtube: Francois Knoetze. 08 jan. 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=04Hpd_cfUSw>. Acesso em: 16 fev 2022.

LEE, Donvé. Willie Bester: art as a weapon. Kelvin: Awareness Publishing, 2008.

LOSSGOTT, Kai. Willie Bester. Art Africa Magazine. Publicado em 01 dez. 2005. Disponível em: <http://artafricamagazine.org/willie-bester-6/>. Acesso em: 16 fev 2022.

MBEMBE, Achille; As formas africanas de autoinscrição, Estud. afro-asiát.. Rio de Janeiro, vol.23, n.1, pp. 171-209, 2001.

NLA DESIGN AND VISUAL ARTS, 2013. Disponível em: <https://nladesignvisual.wordpress.com/tag/willie-bester>. Acesso em: 16 fev 2022.

OVERCOMING APARTHEID, 2019. Glossary. South Africa: overcoming Apartheid, building democracy. Disponível em: <http://overcomingapartheid.msu.edu/terms.php>. Acesso em 12 jan. 2019.

PASTORE, Marina, Brincar-brinquedo, criar-fazendo: entrelaçando pluriversos de infâncias e crianças desde o sul de Moçambique. Tese (doutorado), Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2020.

RAMOS, Célia Maria Antonacci. Geografias da África em tempos de globalização. Projeto História, São Paulo, n. 44, pp. 141-161, jun. 2012. Disponível em <https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/9480>. Acesso em 16 fev. 2022.

ROOYEN, M. V. 2013. Fresh Meat: Angus MacKinnon. Between 10 and 5. Publicado em 12 dez. 2013. Disponível em: <http://10and5.com/2013/12/12/fresh-meat-angus-mackinnon>. Acesso em 16 fev 2022.

THE BRITISH MUSEUM. Transition: Willie Bester. Vídeo 2’08”. Publicado em Youtube: the British Museum, 9 dez. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=UZsyTWTurfg>. Acesso em: 16 fev 2022.

THE PRESIDENCY REPUBLIC OF SOUTH AFRICA, 2018. Disponível em: <http://www.thepresidency.gov.za/national-orders/recipient/willie-bester-1956>. Acesso em 16 fev 2022.

TOP BILLING. Top Billing explores the creative home of Willie Bester | FULL INSERT. Vídeo 6’05”. Publicado em Youtube: sabc3topbilling, 15 jul 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=5AA2hbv_j78>. Acesso em: 16 fev 2022.

ZEITZ MOCAA, 2022. Willie Bester. Disponível em: https://zeitzmocaa.museum/artists/willie-bester/#:~:text=He%20underlines%20that%20as%20an,space%20to%20tell%20my%20story.%E2%80%9D. Acesso em: 31 Mai 2022.

Downloads

Publicado

2023-09-09

Edição

Seção

Dossiê