Outros tempos sombrios

Autores

  • Ana Luisa Lima

Resumo

A cada dia se demonstra mais claro que o marxismo ortodoxo falhou em prever o fim do capitalismo e que, quando vislumbrou uma comunidade global socialista, não soube reconhecer a potência da individualidade nessa construção. Nada há de tardio nesse sistema do capital que parece tomar novo fôlego depois de cada crise. Em sua forma atual, com sinais fracos das antigas ideologias, nos tornamos simplificados como elementos de dois conjuntos: com dinheiro e sem dinheiro, e isso sem garantia alguma de permanência em um e outro. Trata-se de esmagamento sem precedentes do sujeito/subjetividade que tem-nos levado a perder todo e qualquer parâmetro de pertencimento. Quase já não há conjunções simbólicas que nos contornem, primeiro, como coletividade; segundo, como indivíduos. Massa informe, homogeneizada, ainda que seja através dos discursos de singularidade, somos parte da grande engrenagem de manutenção do sistema no qual cada desejo mais íntimo é transformado em commodities – vide o facebook.

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Publicado

01-10-2018

Edição

Seção

Dossiê