Arte e objetidade
DOI:
https://doi.org/10.60001/ae.n9.p130%20-%20147Resumo
Um dos mais polêmicos e decisivos textos sobre a arte minimal, publicado em 1967 na revista Artforum, ''Art and objecthood" permanecia até hoje inédito no Brasil, sendo aqui apresentado com tradução de Milton Machado. Surgido na atualidade das manifestações e dos escritos dos artistas minimalistas, inscreve-se no debate teórico dos anos 60, em particular por evidenciar a radical diferença na natureza do objeto minimal e a obra de arte modernista. Não se definindo nem no campo da pintura, nem no da escultura, mas no dos objetos específicos (Donald Judd), os trabalhos exigiam do espectador a redefinição constante de sua posição e de sua percepção. Para Fried, próximo ao formalismo greenberguiano, essa condição definiria a teatralidade da arte minimal e, assim, a "presença" da arte "literalista", que é, segundo o autor, "basicamente um efeito ou uma qualidade teatral - uma espécie de presença de palco". Teatralidade que seria, então, "a negação da arte". Entre os numerosos comentários, análises e críticas às suas posições, destacam-se textos de Robert Smithson, Robert Morris e Thierry de Duve. Tendo como centro de interesse a arte contemporânea e a oposição entre a relação "teatral" com o espectador e a "antiteatralidade", que ele chama de "absorção", Michael Fried desenvolveu uma longa pesquisa sobre a autonomia da pintura moderna em relação ao olhar do espectador, que resultou nos livros Absorption and Theatricality, Painting and Beholder in the Age of Diderot, 1980; Courbet's Realism, 1990, e sobre o modernismo de Manet.
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