Superfície em distúrbios

Autores

  • Eduardo Sued

DOI:

https://doi.org/10.60001/ae.n10.p6%20-%2019

Resumo

Realizada por Beth Jobim, Cecilia Cotrim, João Masao Kamita e Paulo Sergio Duarte, esta entrevista com o pintor Eduardo Sued estava há mais de dois anos à espera de publicação. O interesse de Arte e Ensaios em publicá-la foi prontamente correspondido pelo artista e pelos entrevistadores, o que constitui enorme satisfação para nós. Eduardo Sued é um dos grandes pintores brasileiros. Sua pintura completa mais de meio século de extraordinária qualidade artística, raramente atingida entre nós. A renovação que imprimiu aos postulados geométrico-abstratos, em especial sua liberdade cromático total, é obra originalíssima na arte brasileira e internacional. Nesta entrevista, abordando mais especificamente seus últimos trabalhos, Sued mostra o comprometimento inquieto da vida entregue à pintura. A surpresa por novos trabalhos, o suspense da conversa, a ansiosa expectativa pela verve e inteligência do artista estão descritos nas palavras com que os entrevistadores nos entregaram esta estrevista: "A entrada naquele ateliê sempre emociona, ativa todos os sentidos, mas, dessa vez, havia algo mais tumultuado, um certo distúrbio, como disse o pintor. Não apenas as superfíces estavam em plena vibração, como também éramos solicitados por objetos dos mais variados tamanhos, texturas e formas - o enorme Teseu, uma caixa de onde jorravam várias fitas coloridas, ou as ripas de madeira coloridas e brilhantes, recostadas na parede. Tudo pura dissonância. O convite à conversa: dúvidas sobre o fazer pictórico, despertadas pelo ouro que se projetava das superfícies, desenhos antigos que o pintor retirava carinhosamente de sua mapoteca, a relação entre o jardim de bromélias, intróito ao ateliê, e a germinação de ideias daquela sala, enfim, tudo pura energia em movimento, perturbação, convite à reflexão e à imaginação". E é isso que nós temos: um convite à reflexão e à imaginação.

 

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Publicado

14-04-2022