Ana Mendieta: vestígios de colonialismo, performance e feminismos na América Latina Ana Mendieta: traces of colonialism, performance, and feminisms in Latin America

Autores

  • Luciana da Costa Dias

DOI:

https://doi.org/10.60001/ae.n43.p112-%20136

Resumo

Profundas mudanças levam a uma revisão da arte no século 20, sobretudo a partir da influência do trabalho seminal das vanguardas e de artistas dos anos 1960 e 1970, que acabariam por conduzir a uma estética que vê a arte como ação, acontecimento e, sobretudo, presença – o paradigma da performatividade. Paralelamente, houve a emergência de estudos que questionam a lógica moderna, ao ver a indissociabilidade do par modernidade/ colonialidade, inquietação essa que atinge também o fazer artístico e levanta questionamentos sobre a história da arte como narrativa moderna e colonial. Esse aporte servirá de pano de fundo para discussão da obra de Ana Mendieta (1948-1985), performer de origem cubana exilada nos EUA. Partindo da metodologia de revisão bibliográfica, este trabalho discute como sua obra é atravessada e profundamente marcada por questões de gênero e questões ligadas aos feminismos e, ao mesmo tempo, também por questões oriundas da colonialidade, que colonizou corpos e fazeres nas Américas. Investiga-se assim como tais questões (de gênero e colonialidade) podem surgir e ser problematizadas na obra de Ana Mendieta, sobretudo em sua Silueta Series (1973-1980).

Palavras-chave: Ana Mendieta. Performance arte. Gênero. Colonialidade. Feminismo.

Abstract:

Profound changes in artmaking led to a review of art in the 20th century, mostly influenced by the seminal work of the avant-gardes and artists of the 1960s and 1970s, which would eventually lead to an aesthetic that sees art as action, event and, above all, as presence – the performativity paradigm. In parallel, there was the emergence of studies questioning modern logic about the inseparability of the modernity/coloniality pair, a concern that affects artistic production as well and raises questions about history of art as a modern and colonial narrative. This contribution will serve as background for the discussion of the work of Ana Mendieta (1948-1985), a Cuban-born performer exiled in the USA. Through literature review, this paper discusses how her work is crossed and deeply marked by gender issues and issues related to feminisms and, at the same time, also by issues arising from coloniality, that colonized bodies and practices in the Americas. It is also investigated how such issues (of gender and coloniality) may arise and be problematized in the work of Ana Mendieta, especially in her Silueta Series (1973-1980).

Keywords: Ana Mendieta. Performance art. Gender. Coloniality. Feminism.

Downloads