Terrorismo de barragens
DOI:
https://doi.org/10.60001/ae.n45.7Resumo
A paisagem mudou na região do quadrilátero ferrífero de Minas Gerais, Brasil, desde que seus moradores descobriram que viviam cercados pela morte com a incessante sensação de que algo poderia acontecer a qualquer momento.Em 2015 e 2019, duas barragens de rejeitos ruíram no Brasil, gerando o maior acidente ambiental e o maior acidente de trabalho da história do país, respectivamente. Da noite para o dia, pessoas se deram conta da existência de mais de 800 barragens de mineração no país.
A maioria delas é imperceptível. Camufladas entre montanhas e cobertas por vegetação rasteira, elas surgiram como pesadelo na vida de milhares de pessoas que vivem em áreas denominadas zonas de autossalvamento, ZAS, onde são responsáveis por salvar suas próprias vidas em caso de rompimento de uma barragem.
Mineradoras têm se aproveitado dos riscos potenciais de rompimento para remover um grande número de pessoas de áreas mineráveis. Elas se aproveitam do medo, dos conflitos e da opressão econômica e social já existente para violar direitos de propriedade e expandir suas operações.
A exploração de minérios é uma realidade nessa região há mais de três séculos. As pessoas do quadrilátero vivem ao lado da morte enquanto a prática capitalista sem limites o extrai da terra sem cessar nem compensar o entorno impactado. O minério de ferro está presente nos carros, celulares, plantas industriais, roupas, eletrodomésticos e é elemento fundamental da vida moderna.
Downloads
Publicado
03-09-2023
Edição
Seção
Dossiê
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).