O laço abstrato
DOI:
https://doi.org/10.60001/ae.n47.18Palavras-chave:
Arte abstrata, Símbolo, Arte concreta, ConstrutivismoResumo
Em meados da década de 1950, na Argentina e no Brasil, artistas e críticos afinados com a abstração geométrica e com a arte concreta insistiam na necessidade de uma atividade criativa orientada para “a vida em sua totalidade”, algo que só poderia ser alcançado por meio da dimensão simbólica da arte. O momento internacional, em que as vanguardas operavam simultaneamente em distintas situações, estimulava o caráter construtivo das proposições universalistas em jogo: tratava-se da busca dos meios considerados os mais avançados para a criação de uma nova sociedade, meios também perseguidos pelos Estados intervencionistas como a representação mais adequada de uma modernização nacional à altura das forças políticas, econômicas e culturais internacionais. A partir desse contexto, altamente complexo, questiono, hoje, o papel simbólico atribuído à arte, ou seja, a exigência de um enlace comunitário sustentado pelo trabalho espiritual, entre o fragmento e a vontade do todo.
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