Chuvas Extremas no Município do Rio de Janeiro: Histórico a partir do Século XIX

Authors

  • Claudine Pereira Dereczynski Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza Instituto de Geociências Departamento de Meteorologia Avenida Athos da Silveira Ramos, 274 – Bloco G – Cidade Universitária. 21941-916 - Rio de Janeiro – RJ, Brasil
  • Renata Novaes Calado Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza Instituto de Geociências Departamento de Meteorologia Avenida Athos da Silveira Ramos, 274 – Bloco G – Cidade Universitária. 21941-916 - Rio de Janeiro – RJ, Brasil
  • Airton Bodstein de Barros Universidade Federal Fluminense, Programa de Pós-Graduação em Defesa e Segurança Civil.Rua Tiradentes 17 – Ingá – Faculdade de Direito II – Anexo 2º andar conjunto 26. - 24210-510, Niterói – RJ, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.11137/2017_2_17_30

Keywords:

Chuvas extremas, Desastres naturais, Séries históricas, Jornais, Rio de Janeiro

Abstract

Neste trabalho é feito um levantamento de eventos de chuvas extremas e seus efeitos sobre a população da cidade do Rio de Janeiro num período de 63 anos, compreendido entre 1881 e 1996. O objetivo do trabalho é, através do acompanhamento das notícias publicadas em jornais da época, resgatar os principais eventos de chuva extrema a partir do século XIX e avaliar a utilidade da informação meteorológica no sentido de alertar a população a respeito dos possíveis desastres deflagrados pelas chuvas intensas. Inicialmente foram pré-selecionados os casos com total pluviométrico diário igual ou superior a 100 mm. Do total de 100 eventos pré-selecionados, 82 casos foram considerados eventos extremos devido aos grandes danos provocados à população, incluindo mortos, feridos, danos materiais, desabamentos, inundações, alagamentos, deslizamentos entre outros. Isso significa a ocorrência de 1,3 evento extremo por ano em média (82 casos em 63 anos). Como esperado, a maioria dos casos ocorreu no verão e outono, 40% em cada estação, e os 20% restantes ficaram igualmente distribuídos durante a primavera (10%) e o inverno (10%). Em todo o período analisado verificou-se que as previsões do tempo divulgadas nos jornais não eram suficientes para alertar a população nos casos de chuvas intensas. Além disso, explicações razoáveis sobre as causas meteorológicas dos fenômenos só passaram a ser divulgadas para a população a partir da década de 1990.

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Published

2019-05-13

Issue

Section

Article