A Influência da Geologia nos Estudos dos Movimentos de Massa Ocorridos na Região de Nova Friburgo em 2011, Estado do Rio de Janeiro

Authors

  • Leandro Ribeiro Luz de Barros Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Geociências, Departamento de Geologia, Av. Athos da Silveira Ramos, 274. Cidade Universitária, Ilha do Fundão, 21941-916, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Rodrigo Vinagre Cintra da Costa Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Geociências, Departamento de Geologia, Av. Athos da Silveira Ramos, 274. Cidade Universitária, Ilha do Fundão, 21941-916, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • André de Souza Avelar Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Geociências, Departamento de Geografia, Av. Athos da Silveira Ramos, 274. Cidade Universitária, Ilha do Fundão, 21941-916, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.11137/2017_3_377_385

Keywords:

Bacia hidrográica Córrego Dantas, Foliação tectônica, Fratura de alívio, Método de Davis

Abstract

A área da bacia hidrográica do Córrego Dantas, localizada em Nova Friburgo, região serrana do Estado do Rio de Janeiro, está inserida em parte de um importante orógeno do sudeste do Brasil, a Faixa Ribeira Central. Essa região apresenta um histórico de movimentos de massa catastróficos relacionados à precipitações extremas. O evento mais importante ocorreu em janeiro de 2011, sendo noticiado pela ONU como um dos maiores eventos climáticos extremos no mundo e o maior já registrado no Brasil. Deste modo, torna-se relevante o estudo da geologia em escala de detalhe dessa área sobre o ponto de vista geotécnico, seja pelas rochas, pelas estruturas e pelo contraste topográfico. Para tanto, as rochas da região foram cartografadas e pelo menos seis unidades litológicas foram reconhecidas. Dentre as estruturas geológicas existentes nessa área, as fraturas se destacam para estudos relacionados a movimento de massa. Por isto, para melhor compreender a arquitetura dessas fraturas, foram escolhidos três afloramentos, onde aplicou-se o método de Davis, que visa quantificar as fraturas de modo que seja possível calcular a densidade e a penetratividade das mesmas nesses afloramentos. Obteve-se como resultado a identificação de duas famílias principais de fraturas tectônicas, ambas com alto ângulo de mergulho para SE e NE, predominando aquelas para SE. Além disto, foi constatado que as fraturas de alívio mergulham aproximadamente 20º para NW, quando a rocha não apresenta foliação tectônica, já quando tem foliação o ângulo de mergulho varia de 20 a 60° NW. O estudo sugere que a rocha que mais inluenciou os deslizamentos foram os gnaisses, pois são rochas mais deformadas e fraturadas da área. Isso facilitou sua alteração intempérica, produzindo um solo arenoso rico em quartzo com pouca matriz argilosa. O granito equigranular fino/médio não apresenta tantas fraturas e não tem foliação tectônica. A petrografia mostrou uma forte alteração dos cristais de feldspatos, principalmente plagioclásio, para mica branca, o que provavelmente colaborou para a ocorrência de deslizamentos ocorridos nesta litologia.

Published

2019-07-30

Issue

Section

Article