Malacostráceos da Formação Manacapuru (Siluro-Devoniano) da Bacia do Amazonas, Estado do Pará, Brasil

Authors

  • Vladimir de Araújo Távora Universidade Federal do Pará, Instituto de Geociências, Faculdade de Geologia, Laboratório de Paleontologia, 1611, 66075-110, Belém, Pará, Brasil
  • Maria Inês Feijó Ramos Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia (CCTE), Museu Paraense Emílio Goeldi, Av. Perimetral 1901, Terra Firme, 66077-530, Belém, Pará, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.11137/2019_3_420_431

Keywords:

Malacostráceos, Formação Manacapuru, Siluro-Devoniano

Abstract

Este trabalho trata da caracterização sistemática e paleobiológica de malacostráceos siluro-devonianos da Formação Manacapuru, Bacia do Amazonas, coletados em afloramentos situados na região do Sítio Belo Monte, sudoeste do Estado do Pará. Foram individualizados Paranebalidae indet. A e Paranebalidae indet. B, filocarídeos, e Stenasellidae indet., isópode. No intervalo Siluro-Devoniano os filocarídeos leptostráceos e os isópodes flabelíferos tiveram expressiva radiação e expansão biogeográfica, coincidente com a expansão contínua dos ecoespaços marinhos a partir do Paleozoico Médio. A associação de malacostráceos estudada é composta por formas de carapaça robusta, dominantemente articulados, com baixos graus de fragmentação e abrasão, indicando baixo nível de energia do meio durante o evento de soterramento. A preservação dos pleópodes e urópode articulado ao corpo em Stenasellidae indet. e do pleonito articulado ao pleópode de Paraneballidae indet. B sugerem articulações mais robustas ou soterramento rápido, e morte catastrófica destes indivíduos, constituintes da biocenose original. O exopodito isolado em Paraneballidae indet. A pode indicar conexão mais frágil entre seu epipodito e exopodito em relação aos demais pleópodes, que sofreu transporte a curta distância, devido a preservação dos delicados espinhos de sua margem posterior, e por isso considerado um elemento da tanatocenose durante o evento de soterramento. O padrão de fossilização pode significar que o pequeno registro de malacostráceos na Formação Manacapuru esteja associado com a presença de sedimentos terrígenos nas rochas onde estes fósseis foram encontrados, que não propicia a boa preservação de animais com o corpo levemente mineralizado.

Published

2019-12-21

Issue

Section

Article